Segundo o estudo, nos últimos cinco anos, a população paulista cresceu 0,87% ao ano, taxa inferior às registradas nos quinquênios 2000-2005
Leidiane Sabino
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São 3.785 novos habitantes desde o ano de 2010, de acordo com dados do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), o número acompanha o ritmo de crescimento populacional mais lento de todo o Estado. Enquanto em 2010 a cidade tinha 84.692 moradores segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje são 88.477.
A taxa de crescimento, ainda de acordo com a Seade, foi de 4,4% neste período de cinco anos. E tende a ficar cada vez menor. A projeção apresentada no estudo SP Demográfico indica que, no município, o índice cairá para 3,7% entre 2015 e 2020. No quinquênio seguinte, a taxa deverá ter novo decréscimo, com aumento populacional de 2,3% entre 2020 e 2025.
“Essa desaceleração vem sendo verificada no Estado como um todo, resultado das quedas sucessivas das taxas de fecundidade ao longo das últimas décadas. E o volume de migrantes para o Estado também é bem menor do que no passado”, pontuou Monica La Porte Teixeira, analista de projetos da Fundação Seade.
Segundo o estudo, nos últimos cinco anos, a população paulista cresceu 0,87% ao ano, taxa inferior às registradas nos quinquênios 2000-2005 (1,18% ao ano) e 2005-2010 (1,01% ao ano). Para se ter uma ideia, na década de 1980, as taxas de crescimento superavam 2% ao ano.As projeções da Seade indicam que a desaceleração populacional no Estado terá seguimento no futuro, com grande probabilidade de alcançar um patamar de crescimento muito próximo de zero até 2040 e negativo até o final da metade deste século. “É algo que já se consolidou em países mais antigos, como os europeus, que estão constantemente recrutando imigrantes (para trabalhar, principalmente em funções operacionais), porque sua população envelheceu e não é mais reposta”, acrescentou a analista de projetos.
A analista de projetos da Fundação Seade Monica La Porte Teixeira afirma que a desaceleração do crescimento populacional verificada em todo o Estado é reflexo da queda da taxa de natalidade nas últimas décadas, provocada, entre outros motivos, pelo advento de vários métodos contraceptivos que permitiram o planejamento familiar, bem como pelo ingresso da mulher no mercado de trabalho.
Método
A projeção de crescimento populacional realizada pela Fundação Seade é feita pelo método dos componentes demográficos, que se baseia em registros cartoriais de nascimentos e óbitos, bem como em dados de migração. Além de considerar as estatísticas do IBGE, são levados em consideração, ainda, os dados vitais da Fundação, que contemplam o histórico passado e presente dos municípios. A partir desta base, é possível elaborar hipóteses futuras para cada um deles.