Homem que morreu na manhã de ontem terá o corpo liberado só hoje; Direitos Humanos vai entrar com representação no MP Emerson Pereira foi procurado pela família que buscava solução para o problema
Emerson Pereira foi procurado pela família que buscava solução para o problema
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
A família de Paulo Donizete Gomes, de 51 anos, que faleceu na manhã de ontem, passou por momentos de angústia e sofrimento até conseguir a liberação do corpo para ser velado e sepultado. O IML (Instituto Médico Legal) de Votuporanga está sem auxiliar de necropsia desde o dia 1º deste mês. Como a causa da morte de Paulo teve que ser investigada com a realização de necropsia, o corpo teve que ser levado para Rio Preto para ser feito o procedimento.
A sobrinha do falecido, Daniela Miranda Gomes, relatou ao A Cidade o que a família teve que passar no dia da morte de Paulo Donizete. “Se tivesse esse profissional aqui em Votuporanga evitaria todo esse transtorno. Tudo é muito burocrático e o sofrimento é grande. Pelo porte de Votuporanga, é um absurdo termos que levar corpo para Rio Preto. Fora tudo isso, a família nem pode velar o corpo. É dolorido demais, só Deus na causa”, disse.
Como o processo todo demorou, o corpo precisou ser preparado pela funerária. “Tivemos que dar um jeito de arrumar R$700 para pagar essa injeção, algo que não teríamos que arcar se Votuporanga tivesse esse auxiliar”, contou Daniela.
Representação no MP
O secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira, foi procurado pela família, que relatou toda a situação. “Desde o dia 1º de junho nossa cidade não tem mais realizado autópsias pela falta desse profissional. Minha indignação é pela família que não tinha nem condições de pagar a preparação desse corpo para que ele aguente ir pra Rio Preto e volte”, contou.
Emerson vai protocolar uma representação no Ministério Público para cobrar alguma atitude do governo do estado. “Alguma providência tem que ser tomada. Não é possível que o Estado não tenha ninguém para mandar para Votuporanga. Esta é uma denúncia séria, quantas famílias terão que passar por esse sofrimento novamente?”, indagou.
O secretário relatou que soube que só no ano que vem um concurso seria feito para repor os cargos. “Enquanto Secretaria de Direitos Humanos, este é um caso que não podemos aceitar. Quem paga o pato é a população que necessita deste serviço”.