Entidades já receberam mais de R$2 milhões com a renda dos shows, mas prejuízo de 2013 paralisou festa desde então
Leidiane Sabino
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Mesmo com o prejuízo de R$484 mil com a Expô-Fisav de 2013, o presidente José Euclides Koguchi, lamenta a falta da festa, que já rendeu R$2 milhões para as entidades de Votuporanga. Os resultados do ano retrasado não desanimam Koguchi, que espera o retorno do evento em 2016.
Depois da festa de 2013, o Fisav concentrou os seus trabalhos em conseguir recursos para pagar a dívida que ficou. Ainda hoje, precisa de cerca de R$20 mil para honrar todos os fornecedores. Além disso, precisa conseguir em média mais R$1 mil por mês para manter o escritório que funciona na rua Pará.
Koguchi contou que nenhuma entidade precisou retirar recursos de caixa para pagar o déficit do ano retrasado. “Desde 2013, como não teve renda com a festa, não cobramos as anuidade das entidades, que era de um salário mínimo. Além disso, buscamos formas de conseguir dinheiro para pagar as contas, sem prejudicá-las”, ressaltou.
Para pagar as contas, aos poucos, o Fisav utilizou o dinheiro que tinha em caixa, economizado ao longo dos anos, e também a renda da venda das cadeiras do show do padre Fabio de Melo, no ano passado. Além disso, tem hoje a responsabilidade de cuidar de um dos estacionamentos da Toten, o que garante um pouco de dinheiro mensalmente.
“Temos ainda um único credor, que é bastante paciente conosco e tem nos dado um prazo para finalizar o pagamento das contas”, contou Koguchi.
A intenção do Fisav (Fundo das Instituições Sociais e Associadas de Votuporanga) é congregar as entidades do município para a realização da festa e também outras finalidades, mas acabou fixando seus trabalhos apenas na Expô.
Koguchi explicou que um dos problemas para a realização da festa foi a falta de um espaço próprio. “Tínhamos que alugar recinto, o que tirava boa parte da renda. Tudo o que fazíamos, pagávamos pela locação. Só o recinto custava cerca de R$60 mil por ano para nós”, falou.
A última festa, a de 2013, foi realizada em espaço improvisado, em um terreno cedido por um empresário. “Recebemos o apoio com o local, mas a população não sentiu muita segurança com relação ao acesso até o espaço, o que prejudicou a festa”, disse Koguchi.
A primeira festa de peão com shows foi realizada pelo Fisav em 2002 na cidade, com a intenção de arrecadar fundos para as entidades. O segundo ano de festa foi de prejuízo também, de R$66 mil. Depois, os resultados foram satisfatórios, o melhor ano foi 2008, com R$339 mil de lucro.
Do dinheiro das festas, as entidades ficavam com uma porcentagem correspondente à venda de permanentes que efetuava e também ao número de voluntários que mandava para trabalhar durante o evento.
Koguchi contou que as entidades aproveitavam o lucro da festa para pagar o 13° salário de seus funcionários.
“A Expô-Fisav nos faz muita falta. Essa verba que recebíamos fazia parte de nosso orçamento. Demos um jeito de nos virar sem o dinheiro, com leilões, ajuda da comunidade, das paróquias e eventos”, disse Ademar de Luca, o Nomura, que é presidente do Lar São Vicente de Paulo.
Presidente
Koguchi está no Fisav desde 2002. Já desempenhou diversas atividades na instituição. Seu mandato termina no final deste ano e caberá ao próximo presidente definir a realização da festa no ano que vem. Porém, sua torcida é para que a Expô-Fisav volte a acontecer.
“Tendo resultado positivo, a festa faz muita falta para as entidades. Acredito que, com o Centro de Eventos, será possível fazê-la com menos gastos e com mais lucros, repensando o seu modelo, mas agradando ao público e atendendo as instituições da cidade. Espero que a Expô-Fisav aconteça no ano que vem, mesmo eu não estando mais na presidência”, finalizou.