Valmir Dornelas
Isabela Jardinetti
A Santa Casa de Votuporanga inaugura hoje, às 9h, o novo setor de Ortopedia do hospital. Este será o último evento da instituição com o provedor Valmir Dornelas, já que ele deixa o cargo amanhã, dia 15. Valmir esteve ontem no programa jornal da Cidade, da Rádio Cidade, para fazer um balanço dos seus dois anos à frente do hospital.
“Estamos entregando este setor com uma estrutura totalmente remodelada. Antes os atendimentos eram feitos do lado da cardiologia, no fundo do hospital, era um barracão que não oferecia o mínimo de conforto. Conseguimos essa remodelação por meio de uma verba que estava parada desde 2008. Eu e os diretores Carlos Marão e Waldecy Bortolotti fomos até Rio Preto na Caixa Econômica Federal e conseguimos recuperar essa verba e remodelar a Ortopedia”, contou.
Valmir disse que agora o setor está totalmente climatizado, com móveis novos, onde trará mais conforto aos pacientes.
Estruturante
O empresário contou na entrevista que uma das maiores conquistas de sua gestão foi a classificação da Santa Casa como Hospital Estruturante. “Foi aí que conseguimos também o nosso equilíbrio financeiro. Para se ter uma ideia, a Santa Casa de Rio Preto e a de Fernandópolis são Estratégicos, um degrau abaixo de nós. E essa classificação foi conquistada pela nossa melhoria dia a dia. O governo do Estado nos paga R$745 mil mensais, esse dinheiro, com certeza, é a nossa grande vitória”, disse.
Valmir também contou que outras ações foram feitas para conquistar o equilíbrio financeiro da instituição. “Trabalhamos fortemente em reduzir os custos e aumentar nossa receita, fizemos uma auditoria em todos os setores para saber onde poderia reduzir custos. Com isso conseguimos um equilíbrio financeiro muito grande”.
Custos
O gasto mensal da Santa Casa é de R$7 milhões, a maior parte do dinheiro para pagar estes custos vem do SUS. “Em média eles nos mandam em torno de R$3 milhões e pouco. Mas temos o convênio Sansaúde e os particulares que nos dão uma boa renda. Mas o que mais ajuda é o carinho que a população tem conosco, o Saúde que dá Prêmio, os cupons da Nota Fiscal, os cofrinhos, os leilões também que nos ajudam a equilibrar o que falta para fechar essa conta”.
Dívida
Antes de Valmir assumir a provedoria, a Santa Casa tinha uma dívida de R$25 milhões, ele explicou que ela foi renegociada com a Caixa Econômica Federal. “Na época, a Santa Casa devia para vários bancos, o provedor Torrinha pegou e concentrou tudo na Caixa, então foi feito um financiamento de 84 parcelas de R$369 mil. Então, isso está sendo pago, na minha gestão paguei as 24 parcelas, e ela está muito bem administrada. Não temos nenhum fornecedor em atraso, nem nada”.
Neurologia
Valmir deixa a Santa Casa sem o retorno da neurologia, que era uma de suas metas como provedor. Mas, ele deixa o hospital bem encaminhado para receber o serviço novamente.
“A neurologia custa R$327 mil por mês, construímos mais 10 vagas de UTI, a parte física estrutural está toda pronta no hospital, faltam os equipamentos, que custam R$1.374 mil. O governador esteve presente aqui e disse que poderíamos contar com ele, fomos em São Paulo e ficamos acertados do governador equipar para nós e fazer o envio do dinheiro mensal para nós mantermos o serviço. Então, não conseguimos fazer isso até agora, mas deixamos muito bem encaminhado perante a Secretaria Estadual e perante ao governador. Não tenho dúvidas de que no ano que vem vamos voltar a oferecer este serviço”.
Provedor
Valmir agradeceu o empenho de todos que estiveram com ele nesses dois anos. “Com certeza o começo foi muito duro, pois a saúde não era minha área, eu não tinha conhecimento. Ao mesmo tempo em que aprendia, tomava decisões, mas agradeço muito a todos, foi muito gratificante. Quero ficar na diretoria enquanto puder, pois é muito gostoso trabalhar na Santa Casa, que é uma empresa que salva vidas”.