Município atende atualmente 230 vítimas que procuraram ajuda; são cerca de 60 novos boletins de ocorrência por mês
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga tem programas que atendem mulheres vítimas de violência desde o ano de 2008. No início, o serviço era prestado na unidade do Creas (Centro de Referência Especializada de Assistência Social), agora, há um local especialmente para estas atividades, o Cram (Centro de Referência e Atendimento à Mulher), que atualmente cuida de 230 mulheres, com uma média de 60 entradas novas por mês.
Desde o ano de 2008, cerca de 3 mil mulheres receberam algum tipo de atenção pelos serviços oferecidos em Votuporanga.
O órgão recebe a média de 60 boletins de ocorrência por mês. Porém, as denúncias podem chegar ao CRAM de diversas maneiras como demanda espontânea, onde a mulher que se sinta violentada e necessite de apoio procura o serviço por conta própria. “Também há mulheres que são encaminhadas por órgãos da rede, como unidades de saúde, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Creas e outros. Porém, a maior demanda provém de uma parceria com a Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher (DDM) de onde são encaminhados todos os Boletins de Ocorrências, sendo feita então uma busca ativa para verificar se esta mulher deseja ser inserida no quadro de atendimento do Cram”, explicou Renata Cristina da Silva Ramos Martins, coordenadora do Cram.
Os atendimentos são individuais, grupais, por contatos telefônicos ou via correspondência.
Renata destacou que a violência contra a mulher no município atinge altos índices, considerando que apenas uma parcela das mulheres que sofrem algum tipo de violência procuram a Delegacia da Mulher para a realização do boletim de ocorrência. “Uma demanda muito pequena procura o Cram na forma de demanda espontânea, mas há ainda aquelas mulheres que não procuraram nenhum dos órgãos como forma de proteção e, portanto, este número não pode ser contabilizado. Porém, em atendimentos na unidade do Cram, têm-se depoimentos de mulheres que sofrem agressões há anos e, somente agora, tomaram alguma providência acerca da violência sofrida”, disse.
“Os casos mais comuns advêm de denúncias por violência física e ameaças. Outros tipos de violência, como a sexual, patrimonial e psicológica ainda não são percebidos culturalmente como um tipo de agressão à mulher. Sobretudo, a violência sexual, que pode ocorrer dentro do casamento e raramente é denunciada”, destacou Renata.
Renata Cristina disse que ainda não é possível traçar um panorama da violência contra a mulher. “Pois a violência doméstica não se apresenta predominante em alguma raça, crença ou classe social. Assim não é possível ainda traçar algum tipo de panorama. Obviamente, mulheres de classes sociais mais altas procuram resguardo, por outros meios, que não as vias de atendimento público”.
O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência está na rua São Paulo, 2959, com atendimento de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 13 às 17h. O telefone é (17) 3423-5367.