Servidores da unidade alegam que tiveram corte de 100% para investimentos e 10% para custeio na escola de Votuporanga
O professor Eli Jorge da Cruz Junior, que está à frente do comando local de greve, contou que o que motiva a paralisação são os cortes que foram feitos na educação
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
Dois funcionários do IFSP (Instituto Federal do Estado de São Paulo) de Votuporanga estiveram na noite de segunda-feira na Câmara Municipal para utilizar o tempo livre de tribuna para explicar os motivos pelo qual o campus local está em greve. O professor Eli Jorge da Cruz Junior, que está à frente do comando local de greve, contou que o que motiva a paralisação são os cortes que foram feitos na educação.
“Neste ano, no dia 22 de maio, foi feito o primeiro corte geral da união, do que estava previsto, de R$ 48,8 bilhões, foram cortados R$9,4 bilhões. Não entendemos uma pátria educadora que corta 20% de verbas para a educação federal. Se não bastasse, no dia 22 de julho outro corte foi feito de R$ 1 bilhão, totalizando mais de R$10 bilhões”, contou.
Para Votuporanga, ele disse que este corte significou em 100% a menos para investimentos e 10% a menos em custeio.
“Podemos dizer que está longe de nós, mas aqui em Votuporanga, tudo o que estava previsto para o próximo ano de investimento foi cortado. Eu, como professor, tenho compromisso com a sociedade, eu recebo para transmitir conhecimentos. Preciso de recursos, e eles estão sendo vetados. Estamos chegando a uma situação tão crítica de podermos não conseguir pagar água e luz. Hoje não temos dinheiro para comprar nenhuma pilha”, disse.
Ele falou que quer continuar trabalhando para um ensino de qualidade. “Queremos que o Instituto Federal de Votuporanga seja motivo de orgulho para nossa cidade. Por isso, estamos aqui fazendo um apelo para sociedade e toda comunidade, para o que nós estamos colocando aqui seja ouvido, e não se resuma não só a esse momento, mas que os senhores vereadores levem para as bancadas de seus partidos esses pedidos”.
O professor lembrou da luta de vários vereadores em trazer o IFSP para Votuporanga. “A única bandeira que levanto é a da educação, para que os votuporanguenses tenham um ensino público de qualidade. Sei que em uma greve, todos perdem, mas estamos aqui na luta, pelos nossos direitos e pela manutenção de nossos serviços”.
Relato
Já Yuri Ribeiro Moleiro, técnico administrativo do IFSP, falou que foi até Brasília em reuniões com representantes das universidades federais de todo o país. “O quadro que trago desses relatos de lá é que temos muita sorte, estamos no meio de um cenário complicado, mas estamos no interior de São Paulo, uma das regiões mais ricas. Ficava até envergonhado em falar dos nossos problemas, enquanto outros IFSP não têm energia elétrica, ventilador, livros, rede de esgoto”, disse.
Ele também pediu o apoio dos vereadores. “Queria ressaltar que o IFSP de Votuporanga precisa e conta com o auxílio de vocês para que conversem com suas bases, pois a educação federal para se ter uma educação pública de qualidade tem que ter recursos”, disse.