Professores e trabalhadores do setor administrativo realizam reuniões semanais para discutir a paralização nacional
O professor Eli Jorge da Cruz Júnior e Yuri Ribeiro Moleiro
Leidiane Sabino
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O professor Eli Jorge da Cruz Júnior e o técnico administrativo Yuri Ribeiro Moleiro, do IFSP (Instituto Federal do Estado de São Paulo) em Votuporanga, estiveram ontem no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, para falar do andamento da greve realizada no município desde o dia 17 de agosto.
“Fazemos parte de um movimento amplo, nacional, que conta com mais de 2/3 de todas as universidades federais. É uma manifestação contra os cortes que o Governo Federal tem feito na educação federal. A partir destes cortes que o governo realizou, o recurso que tínhamos para a manutenção da nossa unidade e também para novos investimentos, foi cortado”, disse Eli.
O professor destacou que estes cortes impulsionaram o movimento grevista. “Queremos ter acesso a estes recursos para que a educação de qualidade e pública continue a ser oferecida em Votuporanga. Temos cursos de primeira qualidade, todos gratuitos, de acesso à comunidade. Para que possamos continuar oferecendo este serviço, estamos nos mobilizando”.
Eli falou que é muito importante a exposição deste assunto na mídia, porque este é um movimento que tem crescido no país, especialmente agora no fim de agosto, quando é aprovada a lei orçamentária federal, com os recursos que disponíveis para o ano que vem. “Temos feito pressão no governo para que não haja corte da educação, para o ano que vem cortaram mais de R$10 milhões da educação federal, o que representaria 20% deste pouquinho que nós temos”, destacou.
Yuri explicou que o diálogo com o governo no atual momento está adiantado. “Há pautas específicas da categoria para negociar, fala-se muito da questão salarial, mas esta mobilização acabou ganhando um ar diferente, em virtude dos cortes orçamentários que sofremos neste ano. Sobre os salários, o governo enviou uma proposta abaixo da inflação, ou seja, inviável. O sindicato preparou uma contraproposta e nesta semana deve ter novas negociações. Até o início de setembro, provavelmente, teremos um quadro novo. Em relação aos cortes, o trabalho maior é de sensibilização”, comentou.
“Neste período sem aulas, estamos organizando ações como uma doação de sangue nesta quinta-feira, em Fernandópolis, com um ônibus oferecido pelo sindicato. Na semana que vem devemos realizar um cadastramento de doadores de medula óssea”, disse Yuri.
Os profissionais destacam que nenhum aluno será prejudicado pela greve e os dias letivos serão cumpridos.