Alunos fizeram reunião ontem e querem que a paralisação dure o menor tempo possível
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
O campus de Votuporanga do IFSP (Instituto Federal do Estado de São Paulo) decidiu, em assembleia realizada na tarde de quarta-feira, 12 de agosto, aderir à paralisação nacional dos trabalhadores da educação federal.
Em Votuporanga, a greve foi aprovada após várias assembleias que debateram o assunto. O resultado foi de 32 votos favoráveis, 23 contrários à greve e oito abstenções. A paralisação das atividades se inicia no dia 17 de agosto, quando o calendário será suspenso. Nesta sexta-feira, dia 14, haverá aulas e expediente administrativo regulares.
Augusto Miceno, assistente em administração no campus Votuporanga do IFSP e coordenador de base do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), explicou que o currículo básico dos cursos técnicos de nível médio integrados a formação profissionalizante seguirá com as aulas matutinas, ministradas pelos professores da Escola Estadual Uzenir Coelho Zeitune, por meio da parceria firmada entre o IFSP e o Governo do Estado de São Paulo em 2011.
O Comando Local de Greve protocolou na tarde de ontem o ofício de deflagração de greve com a suspensão do calendário acadêmico a partir de 17 de agosto. Os chamados serviços essenciais devem ser negociados na manhã de hoje, dia 14.
Augusto explicou que será solicitado à Câmara Municipal espaço para explanação das razões da paralisação na sessão da próxima segunda-feira.
Entre as reivindicações dos grevistas estão: Defesa do caráter público da universidade; melhora das condições de trabalho; garantia de autonomia; reestruturação da carreira; e valorização salarial de ativos e aposentados. Até o momento, há 210 unidades campi de institutos federais em greve no Brasil. Além de 47 campi de universidades federais.
Alunos
Os alunos do Instituto Federal em Votuporanga fizeram algumas reuniões entre a noite de quarta-feira e de ontem com a intenção de entender a paralisação dos professores e profissionais da área administrativa. “Nós até entendemos as reivindicações, sabemos que elas podem refletir em melhorias para nós, mas vamos insistir para que as aulas não sejam prejudicadas. Que a greve dure o menor tempo possível para não atrapalhar o nosso calendário letivo e as férias de final de ano”, disse Guilherme Abreu, vice-presidente do grêmio estudantil do IFSP em Votuporanga.
Entenda a greve
Em 28 de maio deste ano, os professores e técnico-administrativos das universidades federais iniciaram greve contra os ajustes fiscais (MPs 664/665), o PL 30/2015 (antigo PL 4330), os cortes orçamentários e por negociação efetiva de suas demandas junto ao Governo Federal. A luta nas universidades é protagonizada pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) e Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), sendo entidade esta representante dos técnico-administrativos.
Já no dia 13 de julho, os professores e técnico-administrativos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, da UTFPR, dos Cefets MG e RJ e do Colégio Pedro II, representados pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) ingressam na Greve da Educação Pública Federal, garantindo a unidade necessária para as lutas.
A Seção Sindical de SP é parte do Sinasefe e representa os servidores docentes e técnico-administrativos lotados nas 30 unidades do IFSP.