O prefeito Junior Marão também esteve no seminário e disse que a criação da Secretaria de Direitos Humanos foi pensanda na aproximação da população com o Poder Público
Secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira
Isabela Jardinetti
Votuporanga realizou na manhã de ontem o 1º Seminário LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) do município. De acordo com os organizadores, o evento foi um marco para a cidade. O secretário municipal de Direitos Humanos, Emerson Pereira, contou que o evento foi realizado principalmente para esclarecer as dúvidas da população. “O que nos levou a apoiar a causa LGBT são pessoas que nos procuraram por sofrer preconceitos da sociedade. Vi que temos que acreditar e lutar pela causa LGBT, esse povo que é descriminalizado e que merece respeito”, disse.
O prefeito Junior Marão também esteve no seminário e disse que a criação da Secretaria de Direitos Humanos foi pensada na aproximação da população com o Poder Público. “Este evento de hoje é importante para acabar com o preconceito, é um absurdo hoje falarmos em descriminação, e mais que a retórica do discurso, temos que partir para as ações e fazer com que Votuporanga seja mais uma vez exemplo”.
O ex-deputado João Dado também deixou o seu apoio à causa, assim como o vereador Osvaldo Carvalho, representando a Câmara Municipal. O capitão da Polícia Militar, Edson Fávero, destacou que a PM está de portas abertas para o público LGBT, para discutir e promover ações ao combate a homofobia.
Palestras
Em seguida dos discursos, Nélio Nakada, assistente social e especialista em intervenção familiar, falou sobre o que é a orientação social e dimensão de gênero. “Procuramos por uma conscientização das pessoas sobre o preconceito, pois toda pessoa tem a garantia de ter a sua sexualidade. Estamos aqui para construir políticas públicas para dar esse direito a essas pessoas e combater a todo tipo de discriminação”, disse.
O outro palestrante, Ricardo dos Santos, agente social do Centro de Promoção em Saúde e Direitos Humanos LGBT do GADA (Grupo de Amparo ao Doente de Aids) de São José do Rio Preto falou sobre as conquistas e enfrentamentos da causa LGBT.
Testemunho
A travesti Iara Ramos falou sobre a sua trajetória. “Foi muito difícil me assumir, para a família, para a sociedade, para conseguir emprego. O preconceito as pessoas carregam consigo, nós não fomos aceitos ainda, estamos caminhando muito devagar”, disse.
“Eu luto 24 horas para ter uma vida melhor, ainda com aparência feminina, as pessoas me chamam de ele, hoje é um preconceito ainda muito grande. As pessoas estão muito leigas no assunto, pois falta informação. Mas vamos aceitar primeiramente e depois respeitar”, contou.