Da Redação
Um novo tratamento para emagrecer tem sido feito nos Estados Unidos com injeções diárias do hormônio da gravidez, o hCG. Originalmente usado contra infertilidade, a medicação agora promete perdas de até 500g de gordura por dia. O resultado é alcançado por mulheres que se submetem a uma dieta bastante de restritiva, de apenas 500 kcal por dia, número até cinco vezes menor que o recomendado para manutenção do peso.
Além da perda ser expressiva, ela também é bem direcionada. O emagrecimento atinge braços, pernas e cintura, regiões em evidência no corpo feminino, nas quais o prejuízo estético e de saúde pode ser maior.
Apesar do aparente sucesso, e da procura elevada em clínicas médicas, o procedimento ainda carece de estudos e comprovação científica. A indicação das injeções é off label, ou seja, não está na bula.
A hipótese mais comentada por médicos norte-americanos sugere uma relação entre hormônio e sensação de saciedade. As mulheres passariam a suportar melhor a fome, apesar da dieta muito restritiva.
Alguns especialistas afirmam ainda que o hormônio consiga enganar o corpo da mulher, elevando o metabolismo e fazendo a perda de gordura acontecer mais rapidamente, como se ela estivesse grávida. Isso sem prejuízo à massa muscular.
O hormônio induz a ovulação, por isso a mulher em tratamento para engravidar recebe a injeção. Mas a medicação é ministrada em dose única, bem diferente das aplicações diárias no tratamento para emagrecer.
O resultado disso pode ser danoso ao organismo. Há risco da menstruação cessar e até de infertilidade. Mas como não existem estudos, não dá para saber ao certo o impacto do medicamento.
Alto custo
Apesar dos riscos e da falta de comprovação científica, o tratamento tem encontrado mulheres dispostas a pagar US$ 1 mil por mês para emagrecer. O custo é destinado às ampolas com hormônio, seringas para aplicação diária e consulta médica mensal.
O sucesso do tratamento já despertou a atenção do FDA, órgão que regula a venda de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. A agência alerta para a falta de evidência científica do método e afirma que recebeu relato de uma paciente vítima de embolia pulmonar após receber as injeções.
O hormônio também poderia estar ligado a outros efeitos colaterais, como repressão, coágulos e aumento do volume das mamas.