Ciência já tem elementos de sobra para comprovar que felicidade faz um bem danado à saúde
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Que praticar o bem ao próximo causa uma sensação de bem estar, ninguém duvida. Pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, apontaram que a generosidade pode render sucesso na carreira profissional.
O estudo demonstra que a generosidade é um remédio. Quando se faz o bem, sinais positivos são enviados para o nervo pneumogástrico, um dos mais importantes do nosso corpo, que sai da medula e desce até a região do abdômen. As pessoas ficam mais calmos, reduz o risco de problemas cardíacos, e o corpo inteiro agradece.
O pesquisador Dacher Keltner explica que esse processo diminui os batimentos
cardíacos e, ao mesmo tempo, cria nas pessoas uma sensação de proximidade e
confiança. “A generosidade faz bem para a saúde”, afirma o especialista que aproveita para lembrar que abraços fazem muito bem à saúde.
Estatísticas mostram que aqueles que são mais atenciosos com os companheiros de
trabalho costumam ser respeitados e, mais facilmente, promovidos. Quem promove o bem se torna mais influente e acaba sendo escolhido para liderar o grupo. O sociólogo Robb Willer, da Universidade de Berkeley, dedica sua vida aos estudos sobre generosidade. Em uma pesquisa, ofereceu dinheiro aos participantes e sugeriu que eles promovessem o bem comum.
A generosidade pode trazer recompensas até financeiras. "Aqueles que foram mais
generosos na pesquisa receberam mais presentes e exerceram mais influência. Quando você junta tudo isso, descobre que há retornos materiais para quem se comporta de um jeito generoso", conta o pesquisador Robb Willer.
O professor de ciência comportamental Samuel Bowles, do Instituto Santa Fé, nos
Estados Unidos, acredita que o ser humano tende a ser gentil por conta dos
sentimentos de orgulho e satisfação – uma recompensa estratégica para gentileza e
para o altruísmo.
As psicólogas de Votuporanga, Mirna G.Ancelotti e Natalia Filpo, destacaram a
diferença entre gentileza, generosidade e compaixão. "A generosidade é vista como um potencial da essência humana, enquanto que a gentileza é a realização desse potencial em ação e comportamento, Já a compaixão quer dizer no dicionário Michaelis “dor que nos causa o mal alheio, dó, pena, piedade” sentimento de pesar que nos causam os males alheios”. Portanto percebe-se uma diferença muito tênue entre esses termos, pois ambos fazem parte de um sistema onde um é complemento do outro. Suas semelhanças concernem em virtudes, ou seja, na disposição constante da energia que nos induz a exercer o bem e evitar o mal", explicaram.
Elas ressaltaram o vínculo de gentileza e felicidade. "Seria simplório dizer que “bom
resultado” seria o vinculo frutífero entre gentileza e felicidade, uma vez que gentileza
compreende a realização do potencial generosidade que concerne na capacidade da disposição de fazer o bem a outrem. Assim, o vínculo entre gentileza e felicidade vai alem do “bom resultado”, corresponde ao “bem estar” de si e do outro, pois ao passo que nos remetemos aos aspectos da generosidade, percebemos que o altruísmo, o dom de si diferente do interesse próprio e a caridade, ou seja, o fazer não por direito, mas sim por necessidade percebida do outro, próprio dessa dimensão que abriga a coletividade e que deixa claro o quanto é bom e produtivo entender o mundo além de si própria a humanidade é ávida dessa compreensão", afirmaram.
As psicólogas disseram que vários especialistas a denominam hormônio do amor.
Assim como a prolactina, a concentração de ocitocina aumenta 40% depois do orgasmo, o que deixa claro que o contato, o abraço, o amamentar, o si doar, proporcionam a liberação desse hormônio,e portanto podemos dizer sim que esse hormonio da felicidade/amor, seja liberado quando o ser humano tem atos de gentileza e altruismo.
Elas enfatizaram que os seres humanos por serem seres relacionais, sociais, possuem em sua essência o cooperar, visto que a cooperação envolve não somente o ato em si, mas o olhar para o outro, colocando-se no lugar do outro, considerando-o verdadeiramente.
"Entretanto estamos envoltos de uma “energia” ( valores culturais) que alimentam o
individualismo, o egocentrismo, o não considerar o outro, que compreende “excessiva admiração que nutrimos por nós próprios; tendência anormal e excessiva para sentir prazer na contemplação da própria imagem. A humanidade vive nos dias de hoje conflitos envolto a excessivas informações, o ter que se adaptar a esse excesso de tudo que nos permeia, o ter que assimilar, se adequar e isso compreende o processo de identificação. Entretanto o ser humano se vê envolto a esse conflito do ser em essência cooperativo, generoso, e do proteger-se do outro até mesmo do mundo, uma vez que em meio a esse processo do acelerar das coisas, preciso proteger quem se é, ou penso que sou em meio à tormenta do ser, ter que fazer, e ser em coletividade", concluiram.