Da Redação
Mais Cultura para Votuporanga. Esse é o objetivo do Votuporanga Clube, que aproveitando a semana do Fliv (Festival Literário de Votuporanga), traz diretamente de Cordisburgo, cidade histórica de Minas Gerais, os contadores de histórias de Miguilim.
As apresentações serão realizadas hoje, em dois horários: às 15 e às 17 horas no Salão Social do Votuporanga Clube. Estudantes votuporanguenses foram convidados a participar das atividades. Sócios não pagam e visitantes, apenas a taxa de R$3.
Quem são os Contadores de Histórias?
São jovens que participam de um projeto mantido pela família de Guimarães Rosa - netos e bisnetos - em que acolhem adolescentes que queiram dedicar-se integralmente a estudos de maneira geral e em especial estudar tudo sobre a vida e obras do escritor. Aprendem a contar histórias de livros e dos textos públicos de maneira especial, eles incorporam o que por escrito e conseguem transmitir de forma brilhante, apresentando-se por todo o Brasil, pois possuem uma agenda bem concorrida. As histórias são encantadoras e contagiam qualquer público (todas as idades). "O jeito de eles falarem e como são preparados faz o ouvinte viver a história" conta a professora Valéria Parminondi, que já teve contato com eles em Votuporanga há cerca de nove anos; e atualmente como diretora do clube tem a honra de recebê-los novamente.
Os jovens assistidos pela Fundação Guimarães Rosa são especializados em determinadas obras e personagens. Para Votuporanga virão os contadores de Miguilim.
Miguilins: muita estória para contar
Miguilim, personagem de Guimarães Rosa, transpôs as barreiras da ficção e ganhou as ruas da pequena Cordisburgo, terra natal do escritor. Em 1995, foi fundado o Grupo de Contadores de Estórias Miguilim, que narra contos da obra de Guimarães Rosa.
Atualmente, o Grupo possui cerca de 40 integrantes, entre 11 e 25 anos. A preparação para contar estórias inclui o estudo da biografia e obra de Guimarães Rosa, a aprendizagem da técnica de “contação” de estórias, além de regras de comportamento.
A fundadora do Grupo Miguilim, Calina Guimarães, prima de Guimarães Rosa, afirma que “o trabalho com a contação de estórias dá aos Miguilins muita firmeza e
responsabilidade na profissão. Eles se dedicam mesmo”. Calina completa: ”sem eles eu não vivo não”, emocionada.
O Grupo se apresenta em eventos culturais e artísticos, universidades, escolas, teatros, residências. Além disso, eles narram estórias na Caminhada Eco-literária, que acontece no sábado da Semana Roseana. “Antes dos Miguilins, os moradores da cidade nem conheciam a obra de Guimarães Rosa. O Museu era desconhecido. A Semana Roseana era mais acadêmica e, não popular, como ela é hoje”, afirma a contadora de estórias Daiana Silva.