Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
Tintas, telas e internet. A votuporanguense Bete Brito sabe muito bem utilizar a tecnologia a seu favor. Por meio do seu site www.betebrito.com, ela conseguiu chamar a atenção dos internautas e ser conhecida em todo o Brasil.
Tamanha divulgação rendeu para Bete uma pintura de uma capa de um livro de poesia "O julgamento de Deus", que será lançado ainda neste mês, em São Paulo. "Foi tudo através do site. Por meio da seção contato, o autor conversou comigo depois de ver uma tela minha parecida que retratava Jesus Cristo nas nuvens", contou ao jornal A Cidade. A artista já está elaborando uma nova capa para uma obra de poesias ligadas ao amor, para outubro.
Mas os livros foram apenas um dos frutos. Os organizadores do evento Gevê Folia, encomendaram duas mandalas em papel-machê, para decoração dos camarotes. Trata-se de uma tradicional micareta de Governador Valadares, cidade do interior de Minas Gerais, que reúne aproximadamente 30 mil pessoas por dia. O evento acontece no final desta semana no Circuito da Folia montado no Parque de Exposições da cidade. Artistas renomados da música baiana estarão presentes no evento como Ivete Sangalo, Jamil, Timbalada, Tomate e André Lelis.
Com seu trabalho sendo divulgado, surgiu a oportunidade de ser entrevistada por uma revista da empresa Papel Chamex sobre a técnica do papel machê, na qual folhas usadas são batidas com água, cola e gesso, e em seguida peneiradas, transformando-se em uma massa que tomará forma com o auxílio de um molde de ferro ou madeira. “Após a aplicação de um verniz adequado, qualquer produto de papel machê pode ficar exposto ao sol e à chuva, sem nenhum dano”, explica a artista. Com a mesma técnica, também são produzidas estátuas, esculturas, mandalas, pratos decorativos, entre outros.
Além de criativa, a técnica é totalmente sustentável. “Utilizo como matéria-prima
folhas descartadas por empresas e faço corantes com materiais fornecidos pela própria natureza”, afirma. Com um método especial, Bete extrai pigmentos de frutas, folhas e sementes utilizados na massa do papel. A técnica do papel machê foi desenvolvida cerca de dois anos antes de Cristo, nas regiões da China, Pérsia e Índia, e utilizada na Europa para criar objetos decorativos. "Me identifico muito com a reciclagem. Me atrai o desenvolvimento sustentável e a preocupação com o meio ambiente. O planeta Terra precisa ser cuidada, para que meus netos tenham um futuro melhor. É claro que muita coisa já evoluiu, mas ainda há mais coisas a fazer", destacou.