Andressa Aoki
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A escola estadual Uzenir Coelho Zeitune inicia hoje projeto de prevenção contra as drogas. A professora Olga Balbo Ferreira Fontes fará a abertura do programa, às 9h30, dentro da instituição. Além dela, foi convidado o pastor Leandro Poçan, de Riolândia, que fará apresentação de rap.
O motivo de dona Olga ter sido convidada é que sua obra "Amigo Certo" será utilizada dentro do projeto. "O livro é a partir dos 12 anos e possui uma linguagem simples, que chega até o aluno. Os docentes irão trabalhar em cima dele, com o intuito de valorizar a vida", explicou a coordenadora do Ensino Médio, Paula Basso de Lima Garutti.
Sobre Leandro, Paula disse que o rap é uma maneira encontrada para atingir os jovens. "A mãe do pastor trabalha na escola e sempre ouvimos comentários sobre
seu trabalho. Com certeza, irá contribuir muito com o nosso projeto", destacou.
O cantor já passou por vários grupos de rap e está seguindo carreira solo desde 2004, realizando shows e apresentações em vários Estados do Brasil. Suas letras
abordam questões sociais como consumismo, criminalidade, drogas, prostituição, levando a palavra de Deus como único meio de transformação.
Ela ressaltou que o programa será desenvolvido em toda a escola, mas que a partir da sétima série será intensificado. "A aula será uma vez por semana, mas também traremos palestrantes para tratar o assunto", afirmou.
A coordenadora do Uzenir também falou da iniciativa do projeto. "A Diretoria de Ensino sempre sugere atividades parecidas. Os professores já falam sobre drogas nas salas de aula, mas não de forma abrangente e para toda a escola. Acredito que essas informações fazem parte da necessidade da juventude. Eles precisam saber. Não é um problema local ou do Brasil. É da sociedade. Vemos tantas famílias sofrendo com o problema de drogas e precisamos orientar nossos alunos", frisou.
Estudo
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizou recentemente um estudo que investigou vários fatores de risco à saúde dos adolescentes. A pesquisa
revelou, entre outras coisas, que mais de 70% dos 618,5 mil estudantes brasileiros do 9º ano do ensino fundamental (equivalente à 8ª série) de escolas particulares e públicas já experimentaram bebidas alcoólicas e 24% provaram cigarro. Cerca de 22% deles - a maioria na faixa de 13 a 15 anos- já ficaram bêbados.
Um outro levantamento foi mais amplo sobre o uso de drogas ilícitas realizada com 722 jovens participantes de serviços e programas sociais públicos que oferecem
cursos profissionalizantes e atividades socioeducativas.
A coleta de dados também foi realizada por meio da aplicação de questionário. As respostas às questões levantaram, além dos dados qualitativos, dados quantitativos relacionados ao perfil sócio-demográfico dos entrevistados e, dos que relataram fazer uso de drogas, dados referentes a tipo, freqüência e tempo de uso de drogas.
A caracterização de caráter quantitativo dos jovens entrevistados mostrou que a faixa etária predominante situa-se entre 14 e 17 anos e que o universo masculino é
o prevalente – 61,36%. A frequência à escola faz parte da vida de 82,41% dos jovens. Embora a grande maioria dos jovens estude, vê-se que o primeiro grau incompleto é a faixa escolar de 61,08% do universo pesquisado.
Apenas 2,08% dos entrevistados referiram ter completado o segundo grau. Os dados referentes à renda familiar mostram que 12,60% das famílias ganham abaixo de um salário mínimo, seguidos de 35,46% que recebem de um a dois salários mínimos. No que concerne ao uso de drogas, 21,61% – 156 jovens – responderam já ter experimentado algum tipo de droga. Destes, entretanto, afirmaram ser usuários de drogas na data da pesquisa 63 jovens, o que equivale a 40,38% dos 156 jovens que revelaram já ter feito uso de droga. Tomado como referência o universo total, este dado corresponde, portanto, a apenas 8,72% dos 722 jovens pesquisados.