O estudo foi publicado nesta quarta-feira no periódico The Journal of The American Association (JAMA). De acordo com Seldon Cohen, coordenador dessa pesquisa, os telômeros são como a ponta de um cadarço de tênis. Eles são essenciais para que os cromossomos, que carregam os nossos genes, não se desgastem. Embora os telômeros estejam presentes nos cromossomos de todas as nossas células, a pesquisa de Cohen identificou que apenas o tamanho dos telômeros dos linfócitos T, que são as células do nosso sistema imunológico, interfere no risco de um indivíduo apresentar sintomas da gripe.
O pesquisador e sua equipe chegaram a essa conclusão após expor, por via nasal, 152 pessoas saudáveis de 18 a 55 anos a um vírus da gripe. Os autores monitoraram o surgimento dos sintomas nos participantes durante os cinco dias seguintes e também mediram o tamanho dos telômeros dos participantes. A equipe, então, observou que, enquanto 13% dos participantes cujos telômeros das células T eram os mais longos apresentaram sintomas da gripe, essa prevalência foi de 26% — ou seja, o dobro — entre aqueles que tinham os telômeros mais curtos.
O resultado é, segundo Cohen, algo novo e provocativo, mas o estudo ainda não tem nenhuma implicação imediata na prática clínica, já que mais pesquisas precisam ser feitas para entender de que forma é possível alterar a ação dos telômeros para impedir o surgimento de doenças. Também não se sabe o que leva pessoas da mesma idade a apresentarem tamanhos diferentes de telômeros – é possível, afirmam os autores, que algum fator genético interfira nessa característica e, consequentemente, seja responsável por tornar alguém mais vulnerável a gripes.