Esse surto de novas marcas vem em razão do rápido crescimento das vendas no Brasil
Conhecidos os resultados consolidados da indústria automobilística em março, que a Anfavea (associação das fabricantes) divulga todos os meses, poucos atentaram a um dado estatístico. Pela primeira vez as quatro maiores marcas -- Fiat, Ford, GM e Volkswagen -- alcançaram 68,6% dos automóveis e utilitários leves comercializados [68,49% na soma da Fenabrave, associação das concessionárias]. Ou seja, ainda representam pouco mais de dois terços das vendas, mas pela primeira vez abaixo de 70%.
Não é tão incomum, em outros países, as quatro maiores marcas dominarem cerca de dois terços do comércio interno, ao contrário do que muitos pensam. Japão e Índia são dois exemplos. Ou seja, a concorrência aqui é feroz e as quatro maiores tendem a perder participação de forma mais acelerada.
Esse surto de novas marcas vem em razão do rápido crescimento das vendas no Brasil, quarto maior mercado mundial e quase 4 milhões de unidades (com caminhões e ônibus) ao fim de 2013. Isso significou lucros crescentes, mas desalinhados do resto do mundo?
Segundo Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën Brasil e América Latina, cerca de 70 milhões de veículos leves produzidos no mundo, em 2012, deixaram lucro aproximado de US$ 50 bilhões. Desse total, US$ 18 bilhões foram ganhos na América do Norte; US$ 17 bilhões, na China; US$ 4 bilhões, na América Latina; US$ 2 bilhões, na Europa e US$ 9 bilhões no resto do mundo. Nossa região representou 8% das vendas e 8% dos lucros. América do Norte, 22% e 36%, respectivamente. Quem está mal mesmo é a Europa: 22% e apenas 4%.