A humanidade avançou de forma veloz, muito especialmente a partir do século XX, em todos as áreas do conhecimento humano; teve seu progresso agilizado com o advento da tecnologia da informação e comunicação; aprimorado com o uso de ferramentas inteligentes que substituem com vantagens a mão humana; conquistam socializar saberes com velocidade inimaginável e; que propiciam interpretar um novo mundo. Há, inclusive, a discussão no presente momento quanto ao fim de algumas profissões e a incerteza crescente quanto às profissões que estarão presentes no futuro próximo.
Há, ainda entre nós, a atitude de considerar o tempo passado como “atrasado, incompetente, bárbaro” e outros adjetivos pouco elogiosos pautados no uso da “lupa do presente” para avaliar e interpretar o passado.
De fato, as conquistas fizeram com que muitas crenças, conhecimentos e atitudes humanas fossem abandonadas, substituídas, esquecidas ou simplesmente desconsideradas em função de novas descobertas.
Assistimos a um tempo iniciativas de alteração de nomes dados à ruas, praças, estátuas e outras lembranças do passado, como se fosse possível apagar os fatos anteriores com a destruição de alguns símbolos.
Há em todo o mundo inúmeros espaços simbólicos de momentos pelos quais a humanidade transitou, atuou com assertividade ou equívocos de toda ordem. Vamos nos lembrar, lamentavelmente, dos atos cometidos por nossos ancestrais no trato com o semelhante, constatamos que as crianças somente foram consideradas como tal na segunda metade do século passado (confirmem com a data do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA), as visões equivocadas sobre a vida e sua preservação (basta ver o que foi permitido ao pai com o filho que não desejava manter), ou os milhares de judeus assassinados em função de uma suposta raça superior. Mais recentemente, as guerras que assolam continentes, destroem famílias, matam pessoas de todas as idades, especialmente aquelas que não criaram ou iniciaram a guerra.
Podemos nos lembrar, também o que foi feito em duas praças no Japão que foram destruídas pelas bombas atômicas, em uma delas estão as Rosas de Hiroshima, por exemplo, para nos lembrarmos de nunca mais assim permitir que um estúpido desejo de supremacia retome a estratégia de destruição em massa.
Acreditamos que a tentativa de apagar a história da humanidade não fará com que a realidade seja alterada, especialmente para melhores atitudes humanas.
Basta destinar olhar, nem tão apurado, para o que vivemos na atualidade com a criminalidade tomando conta de todo o país. Ouso dizer que a redução da empregabilidade, alardeada, é a migração de pessoas para as organizações criminosas e a acolhimento, temporário e ineficiente, dos auxílios de toda ordem sem qualquer encaminhamento para a alteração de atitudes na direção da produtividade, minimamente para sua própria família.
Chegamos a este ponto e insistimos em olhar para o passado com a lupa do presente e deixamos de, efetivamente, atuar sobre o presente com todos os conhecimentos acumulados e prover o futuro de melhores condições humanas. Com a lupa apenas invertida observamos nossos erros, não construímos novos caminhos e condutas.
Olhos permitem ver, mas, a interpretação tem outras fontes, por vezes ideologicamente pautadas ou, ainda, analisa o passado com a lupa do presente.