O assistente social, Ariel Gonzaga, acompanhado da psicóloga Débora Prudente Teixeira Nunes, esteve na Rádio Cidade
Andressa Aoki
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O Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), em dois anos, atendeu 1.500 mulheres vítimas de violência doméstica. Atualmente, são 350 casos em atendimento.
O órgão realiza até este sábado a Semana de Combate a Violência contra a Mulher. A programação é formada por panfletagem. No último dia, haverá uma mobilização na praça cívica com animação com música eletrônica, atividades de lazer (algodão doce, pipoca e pinta cara), apresentações artísticas e orientações com profissionais.
O assistente social, Ariel Gonzaga, acompanhado da psicóloga Débora Prudente Teixeira Nunes, esteve na Rádio Cidade ontem. Ariel destacou que o evento serve para as pessoas terem conhecimento do serviço. “A gente vê o resultado, conforme o atendimento é divulgado. Você não consegue mudar a situação de violência doméstica apenas com panfleto. É uma coisa cultural, demanda trabalho. Geralmente, conhecem Delegacia da Mulher, mas o Creas faz um trabalho a parte. Não precisa fazer boletim de ocorrência para chegar ao órgão”, disse.
Ariel enfatizou que a maioria das pessoas que procuram atendimento é vizinhos e a família da vítima. “A gente faz um trabalho com a mulher, autor e toda família. Violência passa pela família toda. É uma mudança de comportamento. A gente procura ouvir muito o homem. É claro que não é todos que têm abertura para conversa, para atendimentos individual e em grupo, mas a gente tenta. Quando conseguimos efetivar este contato com ele, tem muito resultado. Quando a gente não consegue, vamos para o atendimento em família. Um membro da família mudando de comportamento, vai surtir efeito”, afirmou.
Violência psicológica
Débora ressaltou que antes da agressão física, há a violência psicológica. “A gente tenta deixar claro que ao acompanhamento é da família. Não estamos pra culpar ninguém, estamos pra mostrar que o comportamento não é eficaz como família, que não faz bem”, disse.
Ela contou que há procura de mulheres que sofreram agressão só uma vez. “Realizamos um trabalho mais efetivo nestes casos porque elas já estão conscientes que isso não é normal. Mas tem vítimas que sofreram há 20 anos e a agressão vai aumentando o nível. Chega uma hora que ela vai banalizando. Acha que o casamento funciona daquela forma, que se modifica, o matrimônio desande. Às vezes, considera uma demonstração de afeto”, enfatizou.
Lei Maria da Penha
Ariel Gonzales explicou as mudanças da lei Maria da Penha. “Até o ano passado, mulher fazia boletim de ocorrência, mas precisava se representar o boletim de ocorrência. Ela fazia e voltava para casa, o casal entrava em harmonia e elas tiravam o boletim. Agora foi modificado. Ela não necessita representar para virar processo”, disse.
Ele contou que a DDM funciona só final de semana e até as 17h. “Existe uma luta do Conselho da Mulher para que a delegacia funcione em período integral e no final de semana. Mas o boletim de ocorrência pode ser feito em outro local”, finalizou.