Leidiane Sabino
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Antônio Brito (PTB/BA), deputado federal, presidente da Frente Parlamentar das Santas Casas, frisou que o problema da saúde brasileira não é de gestão e sim de financiamento. “Fizemos um levantamento da dívida das Santas Casas e hospitais filantrópicos, que chega a R$11 bilhões. Para mudar esta situação, as propostas que temos é que o Governo Federal aumente em 100% da Tabela SUS, o que vai representar R$12 bilhões; e que reajuste ainda os 100 principais procedimentos de média complexidade, o que vai representar R$4 bilhões”. Brito destacou que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) não resolveu nada. “Até agora quero saber quem conseguiu o empréstimo por lá. Eles financiam para todo mundo, menos para a saúde”.
José Reinaldo Nogueira Júnior, presidente da CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil), falou que este pode ser o pior momento vivido pelas instituições públicas de saúde. “O financiamento é o pior problema. Como pensar em gestão se a gente não tem o dinheiro para investir, estruturar os hospitais e garantir capacitação? A falência dos hospitais filantrópicos refletirá na falência do SUS”, falou.
Carlão Pignatari (PSDB/SP), deputado estadual, disse que o encontro de ontem reunir sofredores de todo o país. “Um movimento que começou pequeno e que está conseguindo mostrar que o problema é nacional. Os hospitais filantrópicos foram construídos pelo esforço das comunidades e estamos prestes a perder estes patrimônios. Muitas Santas Casas não têm como pagar o 13° dos funcionários”.
João Dado, deputado federal (PDT/SP), disse que chegou um momento de decisão. “Palavras se perdem no tempo. Ações ficam para a história. Precisamos convencer nossos partidos a apoiar a causa, não votando nada até que a questão seja resolvida. A vida vale mais que a política. Que todos nós sejamos soldados dessa mobilização”.
Para Edinho Araújo (PMDB/SP), deputado federal, a reunião das Santas Casas tratou de um assunto que já devia estar resolvido. Ele contou ainda que os deputados federais do Estado de São Paulo, que estão definindo suas emendas atualmente, irão priorizar a saúde. “Se todos os Estados fizerem o mesmo, vamos minimizar o problema”.
Já Eleuses Paiva (PSD/SP), deputado federal, contou que um movimento realizado pelo PT, PMDB e alguns órgãos que representam a Educação solicitou do Governo Federal 10% do PIB para a educação e conseguiu rapidamente. Enquanto isso, há 12 anos, lutamos por melhorias na saúde e os avanços são mínimos. “Com a emenda 29, conseguimos que os municípios destinem pelo menos 15% do orçamento para a Saúde, os Estados, 12%, mas não conseguimos que o Governo Federal destine 10%”.
Para Itamar Borges (PMDB/SP), deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos da Assembleia Legislativa de São Paulo, as Santas Casas precisam de um tratamento diferenciado na conta de energia elétrica e defende também que as empresas possam destinar parte do imposto para os hospitais. “Isso aumentaria em torno de R$50 bilhões o orçamento da saúde”.
Jurandir Maciel (PTB/RS), deputado estadual, destacou que 245 hospitais filantrópicos e Santas Casas tocam 70% do serviço do SUS no Rio Grande do Sul.
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Darcísio Perondi (PMDB//RS), defensor intransigente do SUS, destacou que o Sistema Único de Saúde realiza quatro bilhões de procedimentos por ano. Ele acredita que o Governo não pretende aumentar a Tabela SUS. “O que ganhamos de aumento no orçamento da saúde para 2013 foi esmola, por isso, precisamos começar a organização de um atendimento a portas fechadas nos hospitais para mostrar ao Governo a importância das Santas Casas”.