Vítima teve o pescoço cortado e só não morreu degolado porque colocou a mão na frente, o que lhe rendeu mais ferimentos
Jovem de 24 anos levou corte profundo no pescoço enquanto pilotava moto; uso do material é crime e continua fazendo vítimas (Foto: David Santos/TV TEM)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Um entregador de 24 anos ficou ferido após ser atingido por uma linha chilena enquanto pilotava sua motocicleta no bairro Pacaembu, zona Oeste de Votuporanga, na tarde de sábado (11). A vítima foi identificada como Wellington Fagundes, teve o pescoço cortado e só não morreu degolado porque colocou a mão na frente, o que lhe rendeu mais ferimentos.
De acordo com relatos, Wellington seguia com sua motocicleta para uma barbearia quando teve o pescoço atingido pela linha, que estaria presa entre postes. Moradores que presenciaram o incidente correram para socorrê-lo e acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O motociclista contou que o impacto aconteceu rapidamente e que por pouco não foi degolado. “A linha pegou no meu peito, depois começou a subir e acertou meu pescoço. Consegui colocar a mão para proteger, mas cortei o dedo também. Só senti o sangue descendo”, relatou.
Ele foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Votuporanga, onde recebeu sete pontos no pescoço e três pontos na mão direita. Wellington recebeu alta ainda no mesmo dia e passa bem. O responsável por empinar a pipa com linha chilena não foi localizado.
Moradores da região do Pacaembu cobram fiscalização mais rigorosa, já que o bairro é uma das áreas que concentra o maior número de crianças, adolescentes e até adultos que soltam pipa na cidade. “Todo ano é a mesma coisa. A gente avisa, denuncia e nada acontece. Dessa vez quase tiraram a vida de um trabalhador”, disse um morador que preferiu não ser identificado.
Uso ilegal
A linha chilena é proibida por lei no Brasil devido ao alto risco de acidentes graves, especialmente com motociclistas e pedestres. Fabricada com quarzo e óxido de alumínio, ela é ainda mais cortante que o cerol tradicional. Em São Paulo, a proibição está prevista na Lei Estadual nº 17.201/2019, que estabelece pena de três meses a um ano de detenção, além de multa de até R$ 17 mil para quem fabricar, vender, transportar ou utilizar o material. Denúncias podem ser feitas pelo 190 ou de forma anônima pelo Disque Denúncia 181.