Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: Divulgação)
Atualmente a obesidade é
considerada um dos mais graves problemas de saúde pública, devido a seu
alarmante aumento em todo o mundo, caracterizando-a como uma epidemia global. O
número de indivíduos adultos com excesso de peso corporal e obesidade tem
aumentado de forma acentuada. A obesidade está associada a outras doenças
crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial, o diabetes mellitus,
a resistência à insulina, a hiperinsulinêmica, doenças coronarianas e alterações
no perfil lipídico, caracteriza a síndrome metabólica, e a prevalência dessa
síndrome vem crescendo em todo o mundo.
Mudanças nos hábitos alimentares
têm sido bastante estudadas por representarem um dos fatores contribuintes para
o desenvolvimento da obesidade e da síndrome metabólica. Vale ressaltar que a
nutrição representa um elemento do estilo de vida que pode ser controlado e
modificado, podendo influenciar diretamente a saúde.
A ocidentalização da alimentação
é um dos fatores da transição nutricional que se processa em todo o mundo, com
um aumento na disponibilidade de alimentos de elevado teor calórico, que
contribuem certamente para a epidemia da obesidade e síndrome metabólica. O
aumento em geral no consumo de calorias está sendo visto como principal fator
causante, e na década de 1960 o governo americano tentou reduzir o aporte
calórico fazendo uma pirâmide alimentar em que reduzia o nutriente mais
calórico de todos: a gordura que tem 8 a 9 calorias por grama. Nesta pirâmide
alimentar se colocou como base alimentar os carboidratos, e agora se descobre
como os carboidratos são a caloria que faz mal.
Há um bom tempo, as indústrias
alimentícias prezam pela propaganda de seus produtos com o foco na quantidade
de calorias, estimulando a redução de gordura com a justificativa de redução
calórica, sem, no entanto, se preocupar se a fonte calórica substituta seria
uma proteína ou um açúcar, como se fossem iguais.
Hoje se sabe que nem todas as
calorias são iguais, tanto nos números efetivamente quanto na sua metabolização
no corpo humano. Proteínas e carboidratos, embora forneçam a mesma quantidade
de calorias (1 g = 4 kcal), atuam de forma completamente diferente no corpo.
Carboidratos simples ou refinados
(como açúcar refinado, macarrão, massas, pão branco, bolos, etc.) não
necessitam de muita energia corporal para que sejam quebrados e metabolizados.
Dessa forma, a dieta com alto índice destas substâncias não aumenta o gasto
energético de repouso, afinal, por que o corpo trabalharia a mais na digestão
destes nutrientes se estes são fáceis de serem metabolizados e logo se
transformam em glicose e são absorvidos pelo corpo?
Risco do elevado consumo de
açúcar:
1- Obesidade
2- Diabetes
mellitus
3- Esteatose
hepática
4- Hipertensão
arterial
5- Elevação
de ácido úrico
6- Aumento
do apetite
7- Disbiose
intestinal
8- Manifestações
alérgicas (rinite, bronquites)
9- Infecções
(amigdalite de repetição, otites )