Descanso, rotina flexível e atenção aos sinais emocionais ajudam a tornar o período mais saudável para as crianças
Psicóloga do Colégio Unifev, Júlia Flávia Zangrando (Foto: Unifev)
As férias escolares são aguardadas com entusiasmo pelas crianças, mas também exigem atenção das famílias em relação à saúde mental. Segundo a psicóloga do Colégio Unifev, Júlia Flávia Zangrando, de 33 anos, o período é fundamental para o descanso físico e emocional, além de contribuir para o fortalecimento dos vínculos familiares.
“Esse tempo favorece novas experiências, maior flexibilidade na rotina e o brincar livre, que são essenciais para o desenvolvimento saudável, a criatividade e a regulação emocional das crianças”, explica a profissional.
Com a mudança na rotina, é comum que as crianças demonstrem maior interesse por atividades de lazer, como brincadeiras e jogos eletrônicos. No entanto, Júlia alerta para sinais que merecem atenção dos pais. “Alterações significativas no sono, irritabilidade excessiva, isolamento social ou desinteresse em conviver com a família não devem se tornar frequentes”, destaca.
Embora as férias sejam associadas à liberdade, a psicóloga ressalta a importância de manter alguns limites. “Horários minimamente organizados para alimentação e sono continuam sendo importantes. O mesmo vale para o uso de telas, já que o excesso pode prejudicar a concentração, as interações sociais e estimular o sedentarismo”, afirma.
O papel da família, segundo Júlia, é fundamental para equilibrar descanso, lazer, estímulo cognitivo e convivência. “As crianças precisam de orientação para compreender seus limites e encontrar equilíbrio no dia a dia”, pontua.
As férias também são uma oportunidade para incentivar atividades saudáveis e ampliar o repertório cultural e social dos pequenos. Passeios, brincadeiras e momentos em família ajudam a criar memórias afetivas e fortalecer vínculos. Para crianças mais tímidas ou introspectivas, a psicóloga orienta que os pais façam a mediação inicial das interações. “A presença dos pais transmite segurança e permite que a criança ganhe autonomia gradualmente. E é importante lembrar que o tédio também faz parte do desenvolvimento, pois estimula a criatividade e a tolerância à frustração”, completa.
Já a preparação para a volta às aulas deve ser gradual e respeitar o contexto de cada criança. Retomar horários, conversar sobre expectativas e acolher sentimentos como ansiedade ou insegurança são atitudes importantes. Em situações de sofrimento emocional intenso ou dificuldades de adaptação, a recomendação é buscar apoio profissional ou da escola.
“Quando a criança se sente ouvida e amparada, tanto nas férias quanto no retorno às aulas, o processo se torna mais leve e saudável”, conclui a psicóloga.