Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
O assunto “investimentos” nunca esteve tão em alta no Brasil: por causa da reforma da previdência, que tem motivado as pessoas a buscarem outras alternativas, ou pelas mídias sociais, que abriu mais espaço para se discutir sobre finanças. Outro acontecimento, na nossa opinião, colocou o assunto nos holofotes: uma menina, na casa dos 20 anos, dando depoimento de que se tornou uma milionária por meio de investimentos em ações (em um curto espaço de tempo). É claro que esse episódio foi apenas uma jogada de marketing, pensada estrategicamente para chamar a atenção das pessoas. Porém, contribuiu para a popularização do assunto em todo o país.
Para falar sobre isso, precisamos esclarecer que existem duas formas de ganho, quando se fala em renda variável: a valorização das ações (mais conhecida como “trade”) e a participação dos lucros de uma empresa (conhecida como “hold”). Resumidamente, o que difere as duas é que o trade é como se fosse uma aposta, em que você pode ganhar ou perder. Para que você ganhe, alguém tem que perder e vice-versa. Já o hold é para que você seja um sócio da empresa, com um olhar mais empreendedor, que ganha conforme a empresa cresce. Quando uma empresa distribui seus lucros entre os sócios-acionistas, todos ganham uma parte.
Muitos no Brasil querem ser investidores, mas poucos sabem que existe um processo para que isso ocorra. Não é porque você tem um dinheiro guardado e consegue investir de vez em quando, que você é um investidor e se tornará rico com isso. Investir é apenas uma etapa de um processo de planejamento e organização financeiros, que deve ser consistente e contínuo para que se alcance a tão sonhada liberdade financeira. Trata-se de ter um orçamento bem organizado; manter uma reserva de emergência e ter o hábito de investir todos os meses, e não apenas quando “sobra” dinheiro.
Outro detalhe diz respeito ao funcionamento do mercado: lidar com renda variável não é CORRER riscos, é ADMINISTRAR riscos, o que só é possível com conhecimento. Então, antes de pensar em investir em renda variável ou pagar um curso de investimentos, faça uma reflexão sobre sua realidade financeira:
· Você teria reserva de emergência para lidar com os imprevistos?
· Está na sua rotina fazer um orçamento mensal, prevendo seus ganhos e gastos?
· Você consegue poupar dinheiro todos os meses? Essa quantia é fixa?
· Você está livre de dívidas?
Se suas respostas para as perguntas acima são SIM, você está apto a dar o próximo passo: aprender sobre investimentos. Se uma dessas respostas for NÃO, você precisa primeiro adquirir educação financeira, pois não é possível investir e construir riqueza sem planejamento.
Por Graziele Delgado e Evandro Valereto