Graziele Delgado e Evandro Valereto (Foto: Divulgação)
Bom dia, caro leitor! Tudo bem com você? Já parou para pensar em como a linguagem e a forma com que os produtos são apresentados te convencem a pagar mais caro por eles? Vamos te dar um exemplo: em um carrinho de lanche, como esses da praça, você tem um X-burguer a R$10,00. Ele basicamente é formado por: pão, um hambúrguer, queijo, alface, tomate e molho. E é dessa forma que está escrito no cardápio. R$10,00 parece um preço justo não é mesmo?
Agora imagine que você vá até uma casa especializada em hamburguer. Lá você encontra algo muito parecido com o X-burguer da praça, mas o cardápio está um pouco diferente: “queijo de cabra artesanal, hamburguer artesanal de carne de gado alimentado em pasto orgânico, tomate maturado na videira familiar, verduras hidropônicas selecionadas e mistura de temperos especiais da índia”. Ainda que a linguagem de apresentação do produto esteja rebuscada, quando o lanche chega na sua mesa, adivinhe: ele é muito parecido com o da praça. Só que agora ele custa R$35,00.
Esse exemplo é para te mostrar mais uma armadilha do marketing: a linguagem em que o produto está sendo apresentado. Quanto mais especiais os ingredientes parecerem, mais caro estaremos dispostos a pagar por eles. E não para só na linguagem: existem também os rituais. Normalmente, esse hamburguer acompanha batatas fritas rústicas especiais. O garçom te serve de modo diferente. Cada garçom é responsável por uma mesa e ele se apresenta pelo nome, pois naquela noite está à sua disposição.
Não vamos generalizar: existem sim estabelecimentos que produzem de forma diferenciada e tem certos ingredientes mais selecionados. A ideia desse artigo é apenas te deixar alerta: infelizmente, em muitas das vezes que isso acontece, o produto mais caro é muito parecido com o mais barato e a única coisa que o encarece são a linguagem e o ritual para te servir. Isso não é consciente. Essa é mais uma tática do neuromarketing para te fazer consumir mais e pagar mais caro. Lembre-se: nem tudo o que reluz é ouro.
É óbvio que você não vai deixar de ir no seu restaurante preferido, que serve o lanche que você gosta, mesmo que seja mais caro. A ideia aqui é só te alertar para o que pode ser apenas uma “máscara” para te convencer sem questionar. Tudo o que tiver as palavras “gourmet” ou “artesanal” devem te despertar curiosidade. Normalmente, pagamos bem mais caro por esses produtos.
Consumir de forma consciente passa pelo conhecimento do nosso cérebro, que insiste em cair nesse tipo de armadilha. Aliás, o neuromarketing é exatamente isso: desenvolver métodos de venda que combinem com a forma irracional do seu cérebro tomar decisões. Isso te faz consumir mais. Nosso papel aqui é te alertar para que você possa tomar decisões mais assertivas e não ser um mero refém de técnicas de venda.