Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
Seja você um líder ou alguém que almeja essa posição, saiba que a empatia no trabalho tem sido mais que uma habilidade apreciada, mas sim, priorizada em postos de alto escalão. De fato, o ambiente corporativo ainda é carregado de pressão pelo cumprimento de metas mas esse fato só faz com que a empatia seja ainda mais necessária no dia a dia de toda a organização.
Mas, afinal, o que é empatia? É possível desenvolvê-la ou é uma característica natural de poucos?
Empatia: entenda o conceito
Você já deve ter ouvido que, antes de criticar alguém, é “preciso calçar os seus sapatos”. Essa é uma máxima antiga que se encaixa muito bem no conceito de empatia. Ser empático é ter a capacidade de se colocar, verdadeiramente, no lugar no outro. De, basicamente, conseguir sentir o que o outro sente.
Para deixar mais claro, considere este exemplo: você e um colega têm um projeto importante para apresentar. O desenvolvimento foi árduo e vocês trabalharam incansavelmente. Ao concluir, estão certos de que fizeram um bom trabalho e de que ele será bem recebido pelos superiores. Acontece que, pouco antes da apresentação, seu colega avisa: o filho ficou doente e ele precisa levá-lo ao médico, por este motivo, não poderá comparecer. Ou seja, você terá que conduzir a apresentação sozinho.
Parece difícil manter a calma? De fato, ter os planos modificados dessa forma não é nada agradável. Porém, pessoas empáticas conseguem fazer o exercício de se colocar nas circunstâncias do outro.
Talvez, elas não tenham um filho e não saibam exatamente o que o colega está passando, mas conseguem se imaginar em situações que as fariam cancelar o compromisso. Elas conseguem entender que, para o outro, a decisão também pode não ter sido fácil, sendo fonte de frustração por precisar desmarcar um compromisso.
Não apenas entender, mas conseguir sentir e pensar como o outro é um dos pilares mais importantes da inteligência emocional. Ser empático é mais que apenas respeitar e validar as emoções alheias, é inserir-se no contexto do outro.
Dicas para desenvolver a empatia no trabalho
Ouça e compreenda o outro
No livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, o autor Dale Carnegie cita o psicólogo Carl Rogers:
“Descobri que permitir-me compreender uma outra pessoa é de enorme valia. (…) Quando alguém expressa sentimentos, atitudes ou crenças, nossa tendência é, quase imediatamente, sentir que “isto é certo”, “isto é tolice”, “isto é anormal”, “isto é insensato”, “isto é incorreto”, “isto não é bom”. Raramente, e muito raramente, nós nos permitimos compreender precisamente o que significam as afirmações para a outra pessoa.”
Ouvir é o primeiro passo para quem deseja desenvolver a empatia no trabalho. Mas, como citado acima, mais que ouvir, é preciso “compreender precisamente” o que o outro diz.
Aprenda a controlar as
suas emoções
Este é mais um pilar da inteligência emocional. Saber reconhecer e controlar as emoções em situações de estresse é um importante exercício de empatia. Em diversas situações é preciso respirar fundo e não ceder à tentação de responder de maneira ríspida, ou julgar as ações de um colega.
Esse tempo entre a informação e a ação é essencial para evitar atitudes impensadas e que não acrescentam em nada na resolução de problemas.
Evite suposições
Como dito por Carl Rogers: “(…) nossa tendência é, quase imediatamente, sentir que “isto é certo”, “isto é tolice”, “isto é anormal””. Policie seus pensamentos e evite fazer pré-julgamentos e suposições sobre os outros.
Assim como no exemplo em que o colega falta à apresentação para levar o filho ao médico, várias situações podem ter poder diferente sobre as pessoas. O que para você, parece ser irrelevante, para outro, pode interferir drasticamente na produtividade e estado de espírito.