Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
A etimologia da palavra já diz muito sobre o objetivo da meritocracia. Do latim meritu (mérito) e cracia (poder), podemos defini-la como um modelo organizacional que considera o mérito como principal meio para o crescimento, profissional ou pessoal.
No caso da meritocracia empresarial, o mérito é o que você necessita ter para conseguir subir na carreira dentro da empresa. Teoricamente, esse mérito não apresenta distinções de gênero, de etnia, classe social ou outras classificações que existam fora do ambiente de trabalho. Para tornar-se apto, a única característica que você necessita ter é o mérito, com base nos valores e na visão determinados por cada empresa, bem como no que é considerado de suma importância para o crescimento dela. Portanto, o mérito empresarial é algo variável.
Na meritocracia, não há protecionismo. Premia-se por merecimento. Claro que os membros de uma equipe devem ser motivados e cobrados na mesma medida. Se um líder motiva mais um ou outro colaborador, ou as metas para cada um são diferentes, não há meritocracia. E, pior, pode haver espaço para ciúme e frustração no ambiente de trabalho.
A melhor maneira de aplicar a meritocracia é estabelecendo uma meta global que estará atrelada a uma bonificação ou premiação dos funcionários.
As empresas adeptas desse sistema premiam de acordo com suas políticas. Algumas preferem oferecer benefícios não financeiros, como brindes, viagens, almoços/jantares, folgas programadas ou bolsas de estudo, por exemplo. Outras não veem problema algum em oferecer bônus, aumento de salário, participação nos lucros ou uma promoção a um colaborador que atinge ou ultrapassa sua meta.
Para que a meritocracia tenha o efeito desejado para as duas partes, é interessante o diálogo entre todos os envolvidos, incentive os colaboradores com reconhecimento, aceitação e promoção de carreira. Não necessariamente com benefício em dinheiro. O reconhecimento de um trabalho diferenciado traz status e a alegria de um trabalho bem-feito, que cresce junto com a organização.
Há outros bons resultados provenientes da implantação do sistema meritocrático: redução dos índices de absenteísmo, queda do número de reclamações e maior retenção de talentos. Para que isso funcione corretamente, no entanto, é importante que o RH esteja em contato frequente com as lideranças e suas respectivas equipes para conhecer os desejos de cada uma delas e investigar as formas de mantê-las motivadas. E, com base nisso, a diretoria irá criar os “desafios” que possam estimular essas pessoas a trabalhar melhor. Porém, uma vez que se compromete a premiar os “campeões”, é preciso cumprir. Caso contrário, a meritocracia perde a credibilidade, e a desmotivação dos empregados volta a crescer.
Em último caso, se a empresa, por qualquer motivo, não puder reconhecer seus melhores colaboradores em um determinado momento, uma data futura deve ser combinada. A premiação deve ocorrer no menor tempo possível.