Vanessa Bortolozo (Foto: Divulgação)
Você faz o trabalho duro, mas seu colega que costuma estar “desocupado” leva o crédito? Leia este artigo e entenda o que está errado
Você se indigna com algum colega que não trabalha tanto quanto você, mas sempre é bem visto pelo chefe? Nunca lhe falta trabalho, no entanto, seu colega está sempre desocupado e mesmo assim ele parece ser super competente na visão da chefia? Foi você que deu aquela ideia maravilhosa para a melhoria do serviço, mas seu colega falou dela com tanta propriedade que pareceu ideia dele? É, meu caro, devo informá-lo que você não está sabendo cacarejar.
Não é raro encontrar funcionários que são “protegidos” dentro da empresa. Geralmente, eles têm uma necessidade imensa de mostrar trabalho, um serviço que eles não fazem, terceirizam, até como um meio de justificar o salário que recebem. Pessoas assim adoram encaminhar e-mails com cópia para os chefes, mesmo que o assunto não diga respeito diretamente aos seus superiores. A falta de competência desses indivíduos é compensada por currículos bem recheados, o ego inflado e um poder de autopromoção incrível. Enquanto isso, alguém está sendo sobrecarregado de trabalho, menos valorizado, servindo de pano de fundo para um espetáculo que ele montou, encenou, mas que não recebeu os “aplausos da plateia”.
Quantas vezes vemos pessoas sendo promovidas dentro de empresas, elogiadas ou tendo regalias sem sequer trabalhar metade do que trabalhamos? Ser um ótimo funcionário e realizar bem o seu trabalho muitas vezes não é suficiente, é preciso mostrar isso a quem precisa ver. Se o profissional não souber se posicionar essa situação pode ser causa de desmotivação ou de revolta, gerando um sentimento enorme de injustiça. Os chamados “carregadores de piano” sofrem com o desequilíbrio de esforços e sentem-se fracos perante a falta de possibilidade de mudança, e o resultado pode ser a frustração.
Esse sentimento de impotência reflete no comportamento, pois o reconhecimento também é uma necessidade do ser humano. De acordo com a Hierarquia das Necessidades de Maslow, existem cinco grupos de necessidades que o ser humano procura atingir para se sentir satisfeito, são elas: necessidades fisiológicas (alimentação, moradia, lazer); de segurança (estabilidade, remuneração); sociais (amizade, família, aceitação); estima (reconhecimento, promoções); e autorrealização (participação nas decisões, desafios, autonomia). Portanto, trabalhar para conseguir satisfazer nossas necessidades básicas nos supre momentaneamente, mas logo será preciso avançar na pirâmide.
No entanto, não é tão fácil lutar por mudança, pois ir de encontro às injustiças cometidas no trabalho pode ser desastroso para a manutenção do seu emprego. Caso a situação seja muito incômoda, o interessante é conversar de maneira franca com a chefia, relatar as suas dificuldades e frustrações, mas sem expor o outro. É importante também investir na propaganda daquilo que você faz, mostrar a todos que foi você que realizou tal trabalho, que ele foi fruto do seu esforço. É preciso aprender a apoderar-se de suas ideias, fazer seu marketing pessoal, ou seja, atribuir valor a sua imagem, pois quem não é visto, não é lembrado. É difícil aprender a cacarejar, mas continuar botando o ovo para o outro chocar é ainda pior.