As condições de vida e sobrevivência do povo brasileiro de há muitos anos vem sendo combalida pela ausência de ações concretas de sucessivos e, porque não, corruptos governos. Cabe esclarecer o que compreendemos por corrupção que, resumidamente, não se prende exclusivamente ao desvio do erário público como sobejamente divulgado na mídia por séculos, mas, também, pelo descaso com a atenção à saúde nos termos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Revisitando alguns documentos do passado, início do século passado, encontramos dados de 1918, mais de cem anos, imagens do transporte público abarrotado. Mesmo que avancemos nos anos de 1970, encontramos o “surfe ferroviário”, também motivado pela superlotação dos trens. Hoje vemos os trens do metrô mais do que abarrotados. Onde estão os gestores públicos para encaminharem verdadeiras soluções para o problema que é, também, de saúde do trabalhador? Como explicar que uma pessoa demande de 2 até 4 horas para chegar de sua residência ao trabalho? Não é saúde? Para muitos não, infelizmente.
Este ato de revisitar o passado, um século, nos mostrou o descalabro dos inúmeros pontos de esgoto a céu aberto pela ausência de políticas públicas para saneamento. Não é saúde? Não foram suficientes os anos para que políticos alterassem esta realidade? Aliás, as funções dos vereadores, deputados estaduais e federais não é, exatamente, esta, fiscalizar as ações do executivo?
O que mais podemos dizer sobre saúde? A educação? O abandono a que foi submetida a educação, especialmente a pública, gerando cidadãos e cidadãs sem posicionamentos críticos e, ainda mais, um movimento na direção de impedir acesso à criança e adolescente ao mundo vivido com a proposta, equivocada, da “escola sem partido” que, no fundo tenta desviar a atenção dos temas e problemas sociais com os quais vivemos a séculos. A escola não tem a possibilidade de transformar a sociedade, ela pode favorecer a transformação do sujeito e este, munido de espírito crítico e socialmente responsável, transformará a sociedade. Mas, não há, de a muitos anos, este interesse. Aliás, a manutenção da baixa qualidade faz com que o “gado novo” seja conduzido pelos astutos e inescrupulosos gestores da coisa pública
Hoje, infelizmente, estamos colhendo os frutos de séculos de improbidade, desrespeito e abusos dos poderosos “donos das canetas”. A morte de milhares de brasileiros será creditada, uma vez mais, na conta dos mais pobres e sujeitos manobrados por promessas quadrienais.
Hoje, 2021, quem cala consente e quem reclama recebe a visita de agentes públicos com o artifício da Lei e da Ordem, não é?
Para concluir, provoco aos leitores a verificarem o volume de reservas internacionais do Brasil, consideradas em patamares altamente valorizados pela economia, e meditarem: não seria lógico utilizar parte destes recursos para atender aos mais carentes e contribuir para a solução da pandemia? Ou, a economia é o que importa, o aumento das reservas e, por fim, dane-se o povo uma vez mais?