As crianças também comentaram sobre as agressões; uma delas contou que a professora gritava e batia
Daniel Castro
Chocadas. É assim que estão as mães das crianças agredidas na sala de aula do Centro de Educação Municipal Professora Anita Liévana Camargo, no bairro Jardim Bom Clima, em Votuporanga.
Algumas delas, e o advogado que as representa, Hery Kattwinkel, conversaram com a reportagem do A Cidade na tarde de ontem. “Fiquei chocada, perplexa! Jamais pensei em levar um filho para escola e presenciar essas cenas”, destacou uma das mães. Ela frisou que agora quer justiça.
Na opinião dela, a repercussão do caso será importante para que o mesmo não seja esquecido e ocorra alguma providência pesada contra a professora. “Eu fiquei assustada porque no primeiro dia de aula ela estava na escola. Não entendi. Agora alguma coisa tem que ser feita”, falou.
Outra mãe contou que sua primeira reação após ver o vídeo foi de pânico. “Ontem eu não consegui dormir”, disse. Ela acrescentou: “são apenas crianças. Que mundo é esse?”. Outras mães também contaram que ficaram dias sem dormir por causa do ocorrido.
As crianças também comentaram sobre as agressões. Uma delas contou que a professora gritava e batia. “Os nossos coleguinhas tinham medo dela”, comentou.
Os estudantes revelaram ainda que tinham receio de contar para os pais porque eles têm medo da professora. “Ela falava um monte de palavrão”, observou outro aluno.
Uma criança relatou que “levou um chacoalhão que doeu bastante”. Elas contaram também que não gostam da professora.
O caso
Pais de alunos do CEM Professora Anita Liévana Camargo, no Jardim Bom Clima, procuraram a justiça para investigar possíveis agressões a seus filhos. Tudo começou em junho do ano passado, quando uma criança chegou em casa contando que a professora havia brigado com ela, interessada em saber mais sobre a briga, a mãe solicitou as imagens de segurança da sala de aula e diz ter ficado impressionada com as atitudes agressivas da professora.
Segundo o advogado Hery Kattwinkel, nas imagens é possível ver a professora tentando estrangular uma criança, depois dá tapa no rosto de aluno, puxa a orelha de outro e atira uma criança na parede. “A professora chacoalha as mãos e gesticula, não tem áudio, mas dá para perceber que há agressão verbal também”.
Hery ainda comentou a situação psicológica dos professores. “Vejo que alguns educadores, para não perder benefícios, estão trabalhando sem condições e doentes, o que pode gerar uma situação como essa. Tem política da Secretaria da Educação que penaliza o educador que falta e isso tem comprometido a atuação dos educadores. Há educadores infantis que acumulam suas turmas com as dos colegas em alguns momentos, extrapolando limites e abrindo espaço para situações perigosas como esta”, disse o advogado.
Mães de crianças agredidas na escola Profa. Anita Liévana de Camargo relatam com revolta cenas envolvendo os filhos e a educadora. Elas pedem justiça e que a professora seja exonerada do cargo. Veja:
Publicado por Jornal A Cidade em Sábado, 20 de fevereiro de 2016