Notícia de 2014 apontava que problemas psicológicos estavam entre as principais causas de atestados dos educadores
Leidiane Sabino
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A Prefeitura de Votuporanga e também a Justiça investigam a agressão de uma turma de alunos da escola Profa. Anita Liévana Camargo, no Jardim Bom Clima, por uma professora. As imagens das câmeras de segurança da sala de aula mostram tapas no rosto, empurrões e até apertões nos pescoços das crianças. Tudo isso aconteceu em junho do ano passado, porém, um ano antes, em junho de 2014, em notícia publicada pelo jornal A Cidade sobre afastamento de professores, apontando as doenças mentais como principal motivo, recebeu um comentário da educadora investigada.
Segundo a notícia do A Cidade de 2014, estiveram afastados de suas atividades 105 educadores no mês de maio daquele ano. Entre as doenças mais comuns estavam os transtornos mentais e comportamentais.
A reportagem recebeu vários comentários de professores, entre eles, o da responsável pela sala de aula onde ocorreu o problema na escola Anita; ela dizia que é fundamental melhorar as condições de trabalho nas escolas, com especial atenção à condição psicológica do professor.
Os educadores pediam nos comentários que os gestores lessem com atenção as informações do texto. Uma professora comentou também na reportagem que a realidade é triste nas escolas e que é assustadora a quantidade de colegas doentes. Teve até quem solicitasse atendimento mental aos docentes.
De acordo com a Prefeitura, o processo administrativo disciplinar que envolve as agressões na escola Anita está em fase de conclusão, aguardando apenas o envio da cópia do processo criminal por parte do Ministério Público.
Neste processo, a Administração Municipal apura a conduta da profissional em questão e também foram analisadas as imagens do circuito interno de segurança e colhidos depoimentos. A investigação pode resultar na demissão da servidora.
Entenda o caso
Pais de alunos do CEM Profa. Anita Liévana Camargo, no Jardim Bom Clima, procuram a justiça para investigar possíveis agressões a seus filhos. Tudo começou em junho do ano passado, quando uma criança chegou em casa contando que a professora havia brigado com ela, interessa em saber mais sobre a briga, a mãe solicitou as imagens de segurança da sala de aula e diz ter ficado impressionada com as atitudes agressivas da professora.
De acordo com o advogado Hery Kattwinkel, nas imagens é possível ver a professora tentando estrangular uma criança, depois dá tapa no rosto de aluno, puxa a orelha de outro e atira uma criança na parece. “A professora chacoalha as mãos e gesticula; não tem áudio, mas dá para perceber que há agressão verbal também”.
Hery ainda comentou a situação psicológica dos professores. “Vejo que alguns educadores, para não perder benefícios, estão trabalhando sem condições e doentes, o que pode gerar uma situação como essa. Tem política da Secretaria da Educação que penaliza o educador que falta e isso tem comprometido a atuação dos educadores. Há educadores infantis que acumulam suas turmas com as dos colegas em alguns momentos, extrapolando limites e abrindo espaço para situações perigosas como esta”, disse o advogado.
