O representante dos taxistas também questionou a superlotação de coletivos da empresa Expresso Itamarati e vans escolares no local
Irineu Gracia é taxista em Votuporanga há 41 anos
Fábio Ferreira
Depois da reportagem do A Cidade, que denunciou o abuso de motoristas na cobrança de preços exorbitantes para corridas da cidade até o Centro de Eventos ou vice-versa durante o Carnaval, os taxistas entraram em contato com nossa Redação para esclarecer os fatos. Representados por Irineu Gracia, de 62 anos, e taxista na cidade há 41 anos, a classe repudiou a informação de não uso do taxímetro e afirmou que o relato não representa a maioria. “Isto deveria ter sido filmado e denunciado, já que é crime federal”, afirmou.
Eles também criticaram motoristas clandestinos que atuaram no período de Carnaval. “Nós pagamos um monte de impostos e trabalhamos dentro da lei. Por isto não acho justo esta situação. A Prefeitura cobra que a gente trabalhe com o taxímetro ligado, o que acho correto, mas por que não foram lá fiscalizar os motoristas clandestinos?”, indagou Irineu Gracia. De acordo com ele, os motoristas clandestinos faziam acordos com cambistas do local para atrair mais passageiros.
O representante dos taxistas também questionou a superlotação de coletivos da empresa Expresso Itamarati e vans escolares no local. “Os ônibus saíam do Centro de Eventos com 70, 80 pessoas dentro. A maioria em pé. Isto é legal? E também tinham vans escolares, que foram permitidas pela Prefeitura porque os motoristas de taxi não dariam conta da demanda”. As passagens de ônibus custavam R$ 5 e para vans, em média, R$ 10 por passageiro.
Sobre a informação de que motoristas lucraram até R$ 800 por noite, Irineu afirmou que nenhum dos cerca de 60 taxistas que trabalharam no local chegou a ganhar este valor. “Eu trabalhei cerca de 12h por dia e não ganhei isto. Esses valores talvez sejam para aqueles clandestinos que exploraram os turistas”, rebateu. Irineu também aproveitou para reivindicar um corredor exclusivo para taxis no Centro de Eventos durante o Carnaval. Segundo o taxista, a desorganização das filas de carros no local travou o trânsito por diversos momentos.
Em Votuporanga, o uso de taxímetro é obrigatório por exigência de lei federal e municipal. A bandeirada na cidade custa R$ 5,50 e o quilômetro rodado sai por R$ 4,50 na bandeira 1 e R$ 5,50 na bandeira 2. Os preços de bandeira 2 são cobrados diariamente das 18h às 6h, nos feriados, e aos sábados a partir do meio-dia até segunda-feira às 6h. De acordo com Irineu, há 3 anos o município não tem reajuste no preço do taxímetro.