Cidade
Especial 8 de Agosto | Fifi – O maior nome do futebol votuporanguense
Um dos grandes personagens da história do esporte de Votuporanga, Francisco Santana, o Fifi, sempre será lembrado
publicado em 08/08/2024
Fifi recebeu uma justa homenagem ao dar o pontapé inicial no jogo inaugural do CAV versus a Ponte Preta de Campinas, na nova Arena, no dia 23 de janeiro de 2016 (Foto: Divulgação)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Na belíssima história do futebol em Votuporanga, um nome com quatro letras é considerado o maior: Fifi. O craque será eternizado no Memorial da Associação Atlética Votuporanguense, que receberá seu nome em homenagem justa e merecida.
Francisco Santana nasceu em Campinas, no dia 29 de novembro de 1936, filho de Joaquim Santana e Maria Santana. Começou a jogar futebol aos dez anos em um campo no bairro Bonfim, na sua cidade natal. Ao mesmo tempo, era entregador de um açougue em tempo integral. O conflito entre o trabalho e a diversão permaneceu até chegar ao Guarani, aos 14 anos de idade.
Consta no levantamento histórico do Grupo Memorial Votuporanguense (GMV), que nem o próprio Fifi sabia a origem do seu apelido, mas o sonho de jogar futebol foi assim resumido pelo ídolo: “eu queria jogar bola”. Esse desejo era tão intenso que, nos sábados à noite, dormia na casa do patrão para levantar-se cedo e fazer as entregas logo pelas manhãs. Porque domingo à tarde “era dia de jogo e eu tinha que jogar, né?”, dizia ele.
Com apenas 17 anos, foi convocado para a seleção brasileira que disputou o Sul-Americano Sub-19 em Caracas na Venezuela, sagrando-se vice-campeão. O torneio teve a presença do Brasil, Argentina, Panamá, Uruguai, Chile e Paraguai.
Ele foi o primeiro atleta do Guarani a ser convocado para um selecionado nacional. O time de Campinas o tornou profissional em agosto de 1957. E o décimo maior artilheiro do Guarani, com 86 gols. Com um estilo driblador e de arrancadas, logo conquistou a torcida bugrina.
O campineiro Francisco Santana, que ainda na infância ganhou o apelido de Fifi, foi um
dos maiores ídolos da história do Guarani, XV de Piracicaba e Votuporanguense. Meia-direita rápido, cheio de ginga e driblador, ele brilhou na década de 60 e até hoje é lembrado pelos torcedores mais saudosistas dos três clubes.
Fifi começou a jogar no Gazeta de Campinas, no início dos anos 1950. As excelentes atuações pelo Gazeta chamaram a atenção do treinador V8, do time infantil do Guarani. Em 1955, V8 assumiu o time profissional do Bugre e, sem pestanejar, colocou o garoto na equipe. Mesmo atuando no meio-campo, tinha uma presença ofensiva muito forte. Marcou muitos gols e destacou-se como um dos maiores artilheiros do Guarani em todos os tempos.
O votuporanguense de coração foi emprestado ao Fluminense do Rio de Janeiro em 1958 por conta de suas ótimas atuações pelo Guarani. Após um ano, retornou ao Bugre. O seu último jogo pelo time bugrino foi no dia 20 de março de 1960, em um amistoso contra o XV de Piracicaba no estádio Brinco de Ouro, em Campinas. Francisco Sarno, técnico do XV, recomendou sua contratação, a qual foi concretizada pelo presidente quinzista, Bento Dias Gonçalves.
Em 1963, Nasser Marão, Chafic Jorge Sarquis, Roberto Marão Sayeg, dirigentes da AAV, e Frei Benjamin, vão a Piracicaba interessados no jogador. Fecham o negócio e o jogador desembarca em Votuporanga, começando a sua trajetória de ídolo. O passe de Fifi foi comprado por Olívio Comar, que o doou no mesmo instante para a Votuporanguense. “Cheguei em Votuporanga através de um convite do Frei Benjamin, que era de Piracicaba e me viu jogando contra a Votuporanguense. Então um dia apareceram lá em Piracicaba, ele e o senhor Nasser Marão e depois de algumas conversas eu vim pra cá”, declarou, certa vez.
Fifi pendurou as chuteiras em 1969, aos 33 anos, vestindo a camisa alvinegra esporadicamente, em amistosos, até 1975.
O fim da vida
O ex-jogador sofria de arritmia cardíaca. Seu estado de saúde piorou devido ao câncer no intestino, levando-o a óbito no dia 2 de agosto de 2021, aos 83 anos. Até o final dos seus dias levava uma vida simples, dividindo seu tempo entre o cultivo da sua horta e pescarias.
Amor por Votuporanga
O craque nunca escondeu o amor que tinha por Votuporanga. “Eu cheguei em Votuporanga, vindo do XV de Piracicaba e tinha amigos aqui como o Albano. Gostei dessa cidade e fiquei até hoje. Nasci em Campinas, bela cidade. Mas eu acho que Votuporanga me ganhou. Aqui todo muito me respeita, gosta de mim. Eu adoro Votuporanga. Para mim, o futebol foi uma coisa simples, porque a gente gostava de jogar. Todo mundo me conhece por causa do futebol. O que eu precisar em Votuporanga eu consigo. Vou ficar aqui até o fim agora”, declarou Fifi.
Grupo Memorial Votuporanguense (GMV)
Essa reportagem – também uma homenagem póstuma a Fifi – é baseada nas informações do livro “Associação Atlética Votuporanga – A paixão de uma cidade”, de autoria do Grupo Memorial Votuporanguense. Criado no dia 6 de março de 2021, o GMV congrega votuporanguenses engajados primordialmente na organização, preservação e divulgação do futebol votuporanguense e em obras beneficentes da cidade de Votuporanga. O GMV tornou-se, de acordo com a Lei 6835 de 30 de março de 2002, responsável pelo Memorial Francisco Santana – “Fifi”, o maior ídolo do futebol local. A história do futebol da cidade está retratada no livro, que foi lançado em 19 de dezembro de 2023. A histórica publicação pode ser adquira pelo WhatsApp (17) 99725 – 3907 ou (17) 98186 – 3992.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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