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Cidade
Especial 8 de Agosto | O tiro no circo, leão abandonado e o padeiro no cemitério causos que ficaram marcados na história
Estes causos, ao mesmo tempo curiosos e reveladores, oferecem uma janela para a vida cotidiana e as peculiaridades de uma Votuporanga antiga
Para iniciar este caderno especial, separamos quatro contos narrados pelo jornalista João Carlos Ferreira, diretor do Grupo Cidade de Comunicação, que trazem memórias vívidas de Votuporanga. Estes causos, ao mesmo tempo curiosos e reveladores, oferecem uma janela para a vida cotidiana e as peculiaridades de uma Votuporanga antiga.
No circo: um tiro na plateia.
Um episódio marcante e sempre lembrado pelos pioneiros desta cidade ocorreu nos anos 50. Durante um espetáculo circense, armado no centro da cidade, onde hoje situa o prédio da Caixa Econômica Federal, na rua São Paulo com a Alagoas, foi disparado acidental de um tiro de espingarda que atingiu o rosto e cabeça de mais 40 pessoas que estavam na plateia.
O médico Martiniano Salgado, um dos pioneiros da medicina em Votuporanga que tinha sua residência e consultório nas proximidades foi uma das testemunhas daquela tragédia. Ele contava que “naquele dia eu passei a noite inteira tirando chumbinho do rosto de pessoas”.
Segundo relato dos mais antigos moradores, o palhaço Gergelim, do Circo Zoológico Brasil, interpretava no picadeiro um número de humor descontraído em que num determinado momento disparava um tiro de pólvora que assustava a plateia... No entanto, a mesma espingarda usada por ele na apresentação no picadeiro, era o seu instrumento de caça que era o seu hobby nos fins de semana. Naquele dia, o artista teria esquecido de descarregar a arma após a sua caçada pela região. O palhaço muito constrangido se desculpou pelo episódio anos mais tarde...
Um leão abandonado em Votuporanga
Um circo de bicho; assim como era chamados os circos que apresentavam números com animais selvagens, tinham enormes dificuldades financeiras pelo alto custo dos alimentos. Um deles, à beira da falência, abandonou um leão na jaula em Votuporanga. O circo foi embora e a jaula com o leão permaneceu estacionada por um tempo na Vila Carvalho. Com a divulgação da notícia do “leão abandonado” e diante da grande repercussão, muita gente se solidarizou com a sorte do animal. Houve campanhas de arrecadação de carne junto aos açougues e supermercados da cidade.
Por outro lado, o animal passou a ser uma atração e muitas pessoas passaram pela Estrada Boiadeira, nas proximidades da Vila Carvalho, onde estava estacionado a jaula com o leão. As autoridades ambientais se mobilizaram e dias depois consta que o destino do Leão foi para um Parque Zoológico de Araçatuba.
A luta livre e a cena da garrafa quebrada
Na década de 60 era muito comum os circos armarem ringue para um espetáculo de luta livre. Havia um programa na televisão que revelava os melhores lutadores da época. Assim, aqueles nomes consagrados da televisão vinham se apresentar em Votuporanga. Um deles era o “Diabo Loiro”. O outro famoso era Ted Boy Marino. Eles eram atração no interior em luta-livre, muitas vezes apenas encenadas, mas que o público encarava como um grande desafio. E para fechar a apresentação da noite, o lutador sempre desafiava se havia alguém na plateia para enfrentá-lo. Sempre aparecida um corajoso desafiante. Em Votuporanga era famoso o Francisco Ozório de Camargo, o Fumaça, que também se consagrou como o melhor lutador de Box.
Numa ocasião, num circo armado onde hoje está o prédio do antigo Colégio Comercial, na rua São Paulo, vieram se apresentar no ringue do circo duas mulheres famosas da luta-livre de São Paulo. Ao final da apresentação, como sempre, desafiaram qualquer homem da plateia. Naquela noite quem se habilitou foi o Robertão Bianchini, nome conhecido e que topava qualquer parada. Ele venceu as duas mulheres, mas o show não terminava assim.
A produção da luta combinou com o Robertão que em seguida, sairia dos camarins do circo um homem intitulado “marido dela” para agredi-lo. Tudo combinado, subiu no ringue um homem armado com uma garrafa de vidro quebrada ao meio. O Robertão se esquivava dos ataques. Contudo, esqueceram de um detalhe: de avisar os irmãos do Robertão que era tudo brincadeira. De imediato, os irmãos Zézão, Augusto e Rodolfo, que estavam na plateia, todos do tipo “peso-pesado”, saíram em socorro. Naquela noite quase que o circo veio abaixo.
Padeiro no Cemitério
Contam que na virada dos anos 50, a conhecida Avenida da Saudade que leva ao Cemitério Municipal ainda não tinha a bela estrutura dos tempos atuais. Longe disso. Era longe, caminho de terra e havia muita superstição sobre o cemitério e no período noturno. Recomendava-se evitar passar por lá à noite. Todavia, algumas casas já existiam nas proximidades. Uma olaria e uma lagoa do outro lado, era muito conhecida. Veja o que aconteceu numa véspera do Dia de Finados. É tradição proceder reformas no jazigo nesta época do ano. Assim, alguns pedreiros contratados madrugaram porque era o último dia para proceder reformas e pinturas . Naquele dia eles tinham muito serviço para ser concluído.
Por outro lado, um jovem iniciava em um novo ramo de trabalho. Este havia sido contratado para fazer a linha de entrega de pães. Na sua rota estavam casas além do cemitério. Assim, conduzindo uma charrete tração animal, o jovem “padeiro” baixou a aba do seu boné ao passar em frente o cemitério.
Lá dentro, pedreiros que trabalhavam naquela madrugada estavam com fome. Ao ouvir o trote do cavalo e sabendo que se tratava da hora do padeiro, subiram no muro e gritaram: “Para aí, padeiro”. O susto foi grande. O jovem pulou da charrete e nem olhou para trás.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/cidade/2024/08/especial-8-de-agosto-o-tiro-no-circo-leao-abandonado-e-o-padeiro-no-cemiterio-causos-que-ficaram-marcados-na-historia-n81360
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