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Cidade
Especial 8 de Agosto | Outras histórias que o povo conta: ‘suborno no jogo de Votuporanga’
Neste texto de autoria de João Carlos Ferreira, você confere de perto uma história que se passa nos anos 60 em um jogo da antiga AAV
Outras histórias que o povo conta: ‘suborno no jogo de Votuporanga’ (Foto: Arquivo Municipal)
‘Suborno no jogo de Votuporanga’. Esta foi a manchete do jornal Gazeta Esportiva, o mais apreciado jornal esportivo do país nos anos 60. De fato, tentaram comprar o juiz do jogo. Contam que naquele domingo a A.A. Votuporanguense precisava vencer a todo custo o time do Corinthians de Presidente Prudente. A partida estava marcada para o estádio “Plínio Marin”. Só com uma vitória garantiria a classificação. Um renomado árbitro da Federação estava escalado para apitar o jogo. Ele chegaria à Votuporanga de trem, na Estação da EFA, e seguiria direto para o estádio. Na época, o presidente do clube, um tradicional empresário local, enxergou a possibilidade de o árbitro favorecer o time da casa, principalmente em possíveis lances duvidosos. Para isso, era preciso lhe dar um “agrado” para conquistar a sua simpatia. Para esta empreitada o presidente escolheu a dedo alguém de sua confiança e de grande influência na cidade. O prefeito, sujeito habilidoso e de conversa fácil, seria “o cara” ideal.
Hora marcada na Estação, o juiz foi recebido com pompas. Água gelada, bolacha para degustação e o conforto num carro de luxo, dirigido por um motorista também comprometido com a missão. O prefeito acomodou-se no banco atrás e abriu espaço para o visitante, dando as boas-vindas ao famoso árbitro.
No caminho contou das dificuldades do clube e da necessidade da vitória naquele jogo tão importante para as pretensões do time. Ao final da conversa, delicadamente passou-lhe um “pacotinho de dinheiro” como um simples “presente” pelo bom trabalho que o árbitro poderia desempenhar naquele jogo. O árbitro não respondeu nada e guardou o “pacotinho de dinheiro”.
Mas, nada deu certo. Em campo a Votuporanguense foi um desastre. Perdeu por 2 a 0 e o árbitro em nada colaborou. Pior que perder o jogo e a desclassificação para a próxima fase do Campeonato foi a manchete da “Gazeta Esportiva” no dia seguinte: “Árbitro sofre suborno em Votuporanga”.
O julgamento
Marcado com grande expectativa o julgamento do “caso de suborno em Votuporanga”, o prefeito compareceu sozinho ao tribunal e dispensou advogado. Sujeito matreiro, bom orador, convincente nas suas palavras, sentou-se no banco dos réus e evitou olhar para a mesa onde estava do mesmo jeito o “pacotinho de dinheiro”, entregue na Estação. Ouviu atentamente, cabisbaixo, a acusação do famoso árbitro da FPF. Quando lhe foi dado a palavra fez apenas uma breve saudação aos componentes da mesa. Olhando nos olhos do árbitro disse em alta voz: “Infelizmente estou sendo vítima de uma falsa e cruel acusação por parte deste senhor. Sou evangélico convicto. Sou pastor de igreja e nunca pisei num campo de futebol”.
Após a sua fala, o presidente do tribunal de imediato encerrou a sessão. O dinheiro ficou lá e a “Gazeta Esportiva” deu a manchete: “Caso de suborno: Votuporanguense absolvida por absoluta falta de prova”
João Carlos Ferreira é jornalista e diretor do Grupo Cidade de Comunicação.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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