Presença de mulheres na Péricles Belini (SP-461) e na avenida Hernani de Mattos Nabuco é antiga; programas ocorrem em motéis próximos
A movimentação é observada principalmente na rodovia Péricles Belini (SP-461), que liga Votuporanga a Nhandeara (Foto: A Cidade)
Daniel Marques
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Não é de hoje que é comum a beira das estradas de Votuporanga terem a presença de mulheres conhecidas como garotas de programa – hoje também chamadas de “garotas do job” – que tentam “ganhar a vida” oferecendo seus serviços.
A movimentação é observada principalmente na rodovia Péricles Belini (SP-461), que liga Votuporanga a Nhandeara. Perto da entrada da cidade, nas proximidades de alguns motéis, é possível ver essas mulheres durante o dia. A presença também é registrada na avenida Hernani de Mattos Nabuco, antes do acesso à Péricles Belini.
A reportagem do jornal
A Cidade esteve no local e apurou que os valores dos programas variam, com preços a partir de R$ 80, e os encontros costumam acontecer em motéis localizados nas proximidades da rodovia.
No Brasil, a prostituição em si não é considerada crime. O Código Penal não pune a oferta voluntária de serviços sexuais entre adultos. O que é tipificado como crime é a exploração sexual, que envolve situações em que terceiros obtêm lucro com o trabalho de quem se prostitui, como no caso de cafetinagem, tráfico de pessoas ou exploração de menores de idade.
Dessa forma, as mulheres que atuam por conta própria nas rodovias de Votuporanga não estão desrespeitando as leis. Elas exercem uma atividade que, apesar de ainda cercada de preconceitos e dificuldades sociais, é legalmente permitida desde que praticada de forma autônoma e sem exploração de terceiros.
Do job
O termo “garota do job” surgiu como uma forma mais discreta ou moderna de se referir às garotas de programa, especialmente em ambientes online e redes sociais, onde há censura ou estigma em torno de palavras como “programa” ou “prostituição”. A palavra “job”, em inglês, significa literalmente “trabalho” ou “emprego”, e passou a ser usada como um eufemismo – ou seja, uma maneira mais suave de se referir à atividade profissional dessas mulheres. Assim, quando alguém diz que é “do job” ou que “faz job”, está utilizando uma linguagem mais neutra, influenciada pelo inglês e pela cultura digital, para falar sobre encontros pagos sem usar termos diretamente associados ao sexo comercial.