O objetivo da palestra foi orientar e informar os pais, por meio de reflexão sobre o papel dos mesmos na educação dos filhos e da troca de experiências entre eles. A psicóloga destacou “a importância de impor limites, interação e diálogo que fazem parte do bom desenvolvimento das crianças nesta faixa etária. A criança, assim como os próprios adultos, tende a imitar outras pessoas. Como ela convive mais com os pais, tenderá a reproduzir os hábitos deles. Assim, se os pais têm hábitos de gentileza, organização e demonstração de afeto, há grandes chances de a criança imitá-los nesses gestos do dia a dia”, disse Raquel.
Questionada se a criança consegue entender a importância da disciplina, Raquel explicou que isso é um “julgamento de valor do que é bom ou mau, certo ou errado. A criança de 0 a 3 anos não tem condições de entender a importância disso para a vida social e seu futuro. Porém, mesmo sem entender ela tem condições de começar a aprender”, disse ela.
Sobre a questão do papel da família na adaptação escolar, Raquel disse que isso é fundamental. “Os pais precisam ser os grandes incentivadores da participação da criança na vida escolar, acompanhar a rotina da escola, saber das dificuldades que a criança está apresentando neste contexto, corrigi-la, auxiliá-la de forma geral a aprender a conviver em grupo e com as regras sociais. A escola, assim como toda a vida em sociedade, tem regras para estabelecer e favorecer a convivência mais harmônica em grupo. Quando a criança não tem uma rotina de regras estabelecidas na casa com horários para cada atividade, regras definidas do que pode e o que não se pode fazer, a criança tem muitas dificuldades em aprender isso subitamente quando entra na escola, pois na escola essas regras existem”.
Durante a palestra Raquel falou de três aspectos importantes que exercem grande influência na educação dos pequenos e os pais precisam ficar atentos:
Regras: “é uma condição importante para a criança aprender seus limites e desenvolver senso de responsabilidade. Sem regras na educação a criança tem mais dificuldade em avaliar o que é esperado que ela faça em diferentes situações, se expõe a diversos riscos, porque ela vai experimentar as situações para saber o que acontece, já que ninguém disse pra ela se algo pode ou não, se é perigoso ou não.”
Imitação: “também é uma forma da criança aprender. Inicialmente, muitas coisas que a criança faz é uma imitação do comportamento dos pais. As brincadeiras infantis são um exemplo disso. Nelas as crianças imitiam as coisas que veem ao seu redor. É comum ver as crianças brincando de escolinha, casinha, carrinho, isso nada mais é do que ela imitando o que os pais ou outros adultos fazem na vida real. Por isso, estar atento ao que a criança está tendo como modelo é muito importante.”
Maus hábitos: “também serão imitados, como xingar, bater, entre outros. Não podemos esquecer de dar atenção ao que a criança tem acesso por meio da televisão, que muitas vezes ocupa uma parte importante da rotina da criança e é fonte de muitos modelos pra ela.”
Para finalizar, a psicóloga destacou “que inseguranças dos pais frente a esse papel tão importante e decisivo que enfrentam quando têm um filho é comum. Planejar e conversar sobre sua educação é fundamental para ter clareza dos caminhos que estão sendo tomados. Nos casos de dúvidas, inseguranças dos pais ou problemas nesse caminho, o psicólogo é o profissional que poderá ajudar nesta jornada”.
O encontro, assim como todos os outros que estão acontecendo durante estes dias dentro da programação da Semana do Bebê, é uma oportunidade dos pais conversarem com especialistas para esclarecem dúvidas quanto ao processo de desenvolvimento infantil. O evento tem como objetivo reforçar a importância do cuidado com esta fase que vai desde a gestação até os três anos de idade. Em Votuporanga o Proapi (Projeto de Atenção a Primeira Infância) teve início em 2009 e tem como parceiros a Prefeitura de Votuporanga, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Unifev. A 4ª Semana do Bebê termina nesta sexta-feira (29/08) com palestras e oficinas.