No artigo, os pesquisadores explicam que o cigarro provoca estreitamento das veias da gestante que são responsáveis por levar nutrientes e oxigênio ao feto. Com isso, o bebê acaba recebendo uma quantidade de nutrientes e oxigênio menor do que o necessário para um desenvolvimento considerado normal, o que acaba comprometendo algumas áreas do cérebro.
Pesquisa — Para avaliar os efeitos da exposição pré-natal ao tabaco, os cientistas reuniram um grupo de 113 crianças com idades entre seis e oito anos. As mães de 17 dessas crianças haviam deixado de fumar quando souberam que estavam grávidas, mas o restante manteve o hábito ao longo da gestação.
As crianças foram submetidas a exames de ressonância magnética e tiveram seus comportamentos analisados.
De acordo com os resultados, as crianças cujas mães fumaram durante a gravidez, em comparação com as outras, apresentavam, em geral, um menor volume de massa cinzenta e branca no cérebro. A massa cinzenta é a parte do cérebro que possui o corpo das células nervosas e inclui regiões envolvidas no controle muscular, memória, emoções, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir. Já na massa branca, há fibras que conectam regiões envolvidas no processamento das emoções, atenção, tomada de decisão e controle cognitivo.
A pesquisa ainda mostrou que essas crianças também apresentavam mais problemas emocionais, como depressão e ansiedade, do que aquelas cujas mães abandonaram o cigarro na gravidez. Na opinião dos pesquisadores, esse trabalho é mais um a reforçar a importância do fim do tabagismo durante a gravidez como forma de prevenir problemas do neurodesenvolvimento no bebê.