Andressa Aoki
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Os idosos representam 11% da população brasileira e serão 22%, o dobro, em apenas 15 anos, em 2025. Se você tem um parente idoso ou já está a caminho da terceira idade é preciso pensar a longo prazo: serão necessárias adaptações no lar para garantir mais conforto e segurança, nesta etapa da vida, pois as quedas de idosos já estão sendo classificadas pelo Ministério da Saúde como epidemia.
Os principais motivos de quedas são as condições físicas e motoras do idoso, que podem ser prejudicadas pela influência de medicamentos, tonturas, problemas oftalmológicos, fraqueza muscular ou de audição. Além do estado de saúde do idoso, as quedas também estão relacionadas a causas externas. As mais comuns são os obstáculos, que podem estar em casa, ou fora dela, como raízes de árvores, degraus ou calçadas esburacadas. "Em primeiro lugar, é preciso evitar a diferença de nível. As rampas também precisam ser suaves e não muito inclinadas", disse a arquiteta Carla Seba.
Cortinas e venezianas elétricas acionadas através de um botão, irrigação automática de jardins e plantas, controle da temperatura do ambiente por controle remoto e pisos antiderrapantes também são algumas das facilidades que minimizam os esforços físicos, na terceira idade. A arquitetura de uma casa com automação adaptada às necessidades da terceira idade deve estar de acordo com as tecnologias que serão utilizadas no projeto.
Segundo os especialistas em prevenção de quedas, o banheiro é o lugar mais propenso à queda de idosos, pois se trata de um local onde o piso está sempre molhado. "Deve ser antiderrapante, principalmente no banheiro para evitar quedas", reforçou.
Outro equipamento necessário na adaptação do banheiro são as barras de apoio, que evitam que os idosos utilizem outros meios de apoio, como torneiras, por exemplo. "A alça de apoio é fundamental e o ponto estratégico seria dentro do box, com aproximadamente 75 centímetros do chão", afirmou.
Carla também enfatizou que a abertura de portas também pode dificultar a vida de um idoso. "A porta deve ser mais larga, porque geralmente as pessoas mais velhas andam de muletas ou precisam de ajuda. Com a abertura mais estreita, a pessoa terá que passar primeiro e depois o idoso e isso complica. As fechaduras também devem ser aquelas de alças e não redondas, para que possam colocar a mão inteira", explicou.
A arquiteta enfatizou que é importante que o quarto fique sempre no térreo da casa. "É melhor do que ele suba e desça as escadas", emendou. No quarto de dormir do idoso, é possível instalar interruptores próximos da cama, para que o idoso não precise se levantar no escuro.
Em geral, as camas devem ser baixas (45 a 50 cm, incluindo o colchão) de forma que, ao levantar, os pés do idoso toquem o chão.
Ela lembrou que deve ficar atento a mobília da casa, que não deve ter cantos. Outra medida preventiva contra tropeços é deixar desimpedida a área de circulação do idoso. O caminho deve estar livre de tapetes com dobras, brinquedos e fios de telefones.
Para serem feitas as adaptações na residência do idoso, ele deve ter conhecimento disso e aceitar as mudanças. Se houver algum tipo de resistência por parte dele, por causa dessas alterações em sua casa, uma conversa com os parentes pode ajudar a resolver o problema. "Muitas pessoas estão já construindo suas casas pensando nessas medidas, analisando a expectativa de vida do brasileiro. Nestes casos, construir uma residência adaptada fica mais barato do que reformar para um idoso", alertou.
O chão do quarto deve ser em piso antiderrapante, sem tapetes ou objetos soltos. Colocar uma cadeira no quarto pode facilitar o idoso a calçar meias e sapatos. As mesas de cabeceira devem ter cerca de uns 10 cm a mais de altura do que a cama, devem ter, preferencialmente, bordas arredondadas e devem ser fixas, evitando seu deslocamento.
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