Visitantes do local têm a oportunidade de ver e sentir o aspecto de nobreza do Palácio
Da Redação
Salvador, a capital da Bahia não é só carnaval, praia, gente bonita e diversão. É também história e cultura. E se você, além de se divertir também quer conhecer um pouco mais do passado do local, e logicamente do Brasil, um ótimo lugar para se explorar é o Palácio Rio Branco.
A construção está localizada na Praça Tomé de Souza, com sua lateral debruçada na encosta voltada para a Baía de Todos os Santos. Nas suas vizinhanças encontram-se o Elevador Lacerda, a Igreja e Santa Casa de Misericórdia, o Palácio Arquiepiscopal e o Paço Municipal, os três primeiros tombados pelo Governo Federal e o último pelo Governo do Estado.
A instalação começou a ser construída pelo primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, em meados do Século XVI, para ser o centro da administração portuguesa, ou seja a primeira Casa de Governo. No início era de taipa de pilão, recebendo posteriormente pequenas ampliações. Teve várias funções, como quartel e prisão. Abrigou Dom Pedro II, quando este veio em visita à Bahia nos anos de 1800. No fim do século XIX, ainda ostentava a velha fachada colonial portuguesa, símbolo de decadência na nascente República. Recebeu então uma profunda reforma, ficando pronto em 1900, na gestão do governador da Bahia, Luís Viana. Passava então a exibir um nobre e imponente estilo neoclássico, bem ao gosto francês.
Voltando um pouco no tempo, em 1624, o local foi invadido pelos holandeses. Contam os historiadores que, no início de 1808, a família real portuguesa, quando se transferiu para o Brasil residiu na segunda Casa dos Governadores com Dona Maria I, seu filho regente, Dom João, mais tarde Dom João VI, e sua esposa Dona Carlota Joaquina e vários netos, entre os quais Dom Pedro, menino de nove anos, depois Imperador do Brasil. Em 1826, Dom Pedro em visita a Bahia fica hospedado na Casa com toda a família e a corte, inclusive Dona Leopoldina, e a princesa Dona Maria da Glória. Em 1859, foi residência provisória de D. Pedro II e sua mulher, a Imperatriz Thereza Cristina.
Com a proclamação da República, foi anunciada, em 16 de janeiro de 1890, uma concorrência para construir o novo "Paço". No dia 24 do mesmo ano foram iniciados os trabalhos de reconstrução do palácio com orçamento de 150 contos. Somente em 24 de fevereiro de 1900 é inaugurada a construção do novo prédio do palácio, com vários salões e salas em estilos renascentistas, como a Sala do Descobrimento, o Salão dos Governadores, Salão Luiz XV, Sala Luiz XIII, Salão Luiz XIV, Sala Assiriana, Bizantina, o Salão de Honra, pinturas de Lopes Rodrigues e melhoria na iluminação, passando o Palácio a contar com 800 bicos de gás. Grandes festas se iniciaram desde então, como as comemorações do 4º centenário do descobrimento do Brasil.
Em 10 de janeiro de 1912, o Palácio foi um dos pontos atingidos pelo bombardeio efetuado na cidade do Salvador, a mando do Presidente da República Hermes da Fonseca. O prédio ficou praticamente em ruínas. Entre as várias perdas, a mais dolorosa foi a destruição do rico acervo de livros raros que ficava na parte térrea. Sendo assim, tornou-se necessária a reconstrução de grande parte das suas instalações, em especial toda a face oeste, que foi destruída. No dia 11 de janeiro, o Palácio das Mercês, que tinha sido transformado em residência oficial dos governadores em 1908, pelo governador Araújo Pinho, após o bombardeio do Palácio do Governo, passa a ser sede oficial do Governo do Estado. Além da destruição provocada pelo bombardeio e o fogo, o prédio sofreu ainda mais pela invasão de vândalos que quebraram móveis e inutilizaram papéis.
Finalmente em 1919, foi edificada a última construção sob a denominação de Palácio Rio Branco, com a reconstrução da parte bombardeada e demolição da fachada principal, sob projeto do arquiteto Júlio Conti, plano geral modificado por Arlindo Coelho Fragoso, direção de obras do engenheiro Luiz de Sá Adami e acompanhamento final do engenheiro e arquiteto Filinto Santoro (da Real Universidade de Nápoles - a cuja capacidade técnica e gosto artístico se deve, exclusivamente, todo o trabalho da parte interna do novo Palácio), sendo sua reinauguração em grande pompa no 15 de novembro, 30° ano de Proclamação da República. Em 1949 o Palácio Rio Branco sofreu uma ampliação em função do crescimento da máquina administrativa.
O centro de decisões do Estado da Bahia permaneceu no Palácio Rio Branco até o ano de 1979, quando foi transferido para o recém-construído Centro Administrativo da Bahia. Durante os quatro anos seguintes abrigou a Prefeitura da Cidade do Salvador. Em 1986, após grande restauração recebeu a Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória da Bahia, que em janeiro de 2003, passou a ser Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia.
Os visitantes do local têm a oportunidade de ver e sentir o aspecto de nobreza do Palácio, que representa, sem dúvida, uma verdadeira obra de arte, onde cada peça, painel, piso, teto, exalta a beleza incomum que atesta uma rica história vivida através dos séculos. Sem dúvida nenhuma, vale a pena visitar o local e se deslumbrar com sua beleza e imaginar e aprender um pouco passado baiano e brasileiro entranhados no Palácio Rio Branco.
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