Da Redação
A história do gráfico Walter Moretti é de muita superação. Depois de ser acometido por câncer e ter se recuperado, ele vive hoje para ajudar o Hospital de Câncer de Barretos, instituição à qual é extremamente grato.
Walter contou seu drama pessoal em entrevista à Rádio Cidade, no programa Ronda da Cidade. "Eu fiz a primeira cirurgia em junho; em fevereiro do outro ano, eu me submeti a outra. Fiquei 21 dias em coma na UTI. Nasci de novo, Deus é um amigão meu e estou aproveitando ao máximo a vida. Foi em época de carnaval, o prefeito Atilio Pozzobon Neto queria cancelar o desfile de rua na terça", afirmou.
Moretti destacou momentos de quando estava na UTI. "Têm passagens de ver a gente na cama. Teve uma noite que eu me vi deitado na cama e eu olhava para mim e via como o corpo estava judiado, com dor. Em outro momento, eu estava andando em um túnel escuro, chegava no fim e eu não encontrava porta para passá-lo", disse.
Ele lembrou de uma situação muito especial. "Teve uma vez que a minha mãe foi me visitar e me chamava, que eu não podia ir embora, tinha que voltar. Ela acordou de manhã sentindo que eu estava chamando-a. Eu estava em coma, mas ela disse para a minha irmã que estava chamando e que precisava ir para Barretos. Minha irmã levou, ela ficou dois minutos comigo, pegou na minha mão e me chamou de volta. Quando eu acordei eu falei para a minha esposa que alguém estava com vestido listrado e foi me ver. Era a minha mãe", enfatizou.
Walter sofreu quatro cirurgias. "Foram retirados 90% do pulmão e três costelas do lado direito. Os médicos chamaram minha família inteira, minha esposa e meus
filhos para assinarem o desligamento dos aparelhos porque eu não tinha mais condições de vida. O meu corpo inchou por falta de oxigênio e eles falavam para minha família que eu iria explodir se continuasse na UTI. Minha esposa brigava com eles para que não desligasse, que se fosse morrer, que fosse com os equipamentos. Quando foi no 21º dia, minha esposa pediu para eu dar um sinal de vida para ela e eu dei. Daquele dia em diante, tudo mudou na minha vida. Me sinto recuperado e outra pessoa, com bastante disposição de trabalhar por este hospital. Tudo que eu faço é pelo hospital", afirmou.
Moretti ressaltou que câncer é uma doença muito difícil. "A gente tem que ter amor à vida, ser persistente e fazer rigorosamente o que os médicos indicam, porque é um tratamento rigoroso e requer esforço tremendo da pessoa, principalmente quando sai da radioterapia e entra na quimio. Deixa a gente lá embaixo, tem que ter fé e coragem para encarar a doença", complementou.
O leilão
Walter Moretti é um dos organizadores do II Leilão Direito de Viver, que será realizado no dia 20 de março, no Recinto de Exposições. "A gente só tem a agradecer ao comércio e às famílias de Votuporanga que estão aderindo à campanha. Se fosse domingo agora, já seria um sucesso pelo tanto que foi arrecadado. A vontade é que o povo continue fazendo as doações até o dia 20 de março para fazer uma grande festa", ressaltou.
Ele explicou que alguns estabelecimentos estão pedindo autorização dos funcionários para descontar R$ 5 ou R$ 10 na folha de pagamento. "A Prefeitura abriu este campo para nós e se propos a fazer junto aos funcionários. O dinheiro
será revertido para compra de gado", emendou.
O comerciante também falou da imagem do Hospital de Câncer de Barretos. "Podemos considerá-lo de primeiro mundo, pelo tratamento e aparelhagem que tem. O tratamento deles começa na entrada. Cuidam da mesma forma dos pacientes pagantes e os do SUS [Sistema Único de Saúde]. Teve época de estar internado e no mesmo quarto, ter particular. O que ele comia, eu comia. Lá não
tem distinção de cor, sexo, religião, financeiro. Todos são iguais", finalizou. Quem quiser fazer as doações pode ligar nos telefones 3422-4436 ou 3421-3211.
Último evento
O último leilão "Direito de Viver" em prol do Hospital de Câncer de Barretos, realizado em Votuporanga, foi em setembro de 2009. No ano passado, segundo Moretti, o leilão foi suspenso por causa da eleição. Em 2009 foram arrecadados R$ 160 mil com a venda de 230 bezerras, um jumento, uma égua, 30 carneiros e um casal de pavão.
Neste ano, a comissão já está arrecadando as prendas: gado, suinos, carneiros, móveis e "tudo o que quiserem nos doar".
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