Data em que a população deve discutir e refletir sobre um tema que assusta tanto as pessoas
Da Redação
De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas contra a Droga, não existe um
número preciso de usuários de drogas, em especial o crack no Brasil. Segundo
números apresentados a partir de dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – existem mais de 1 milhão de usuários.
Entretanto, é importante lembrar que o crack, apesar de ser muito agressivo, não é a única droga a causar dependência.. Podemos destacar ainda a maconha, cocaína, o álcool – que apesar de liberado traz tantos danos colaterais quanto às drogas ilícitas.
Hoje o alcoolismo é a 5ª maior doença incapacitante no mundo. São acidentes, perdas afetivas, financeiras, morais, físicas, etc. A maconha, que algumas pessoas acreditam ser uma “droga leve”, produz alterações da percepção, causa delírios, euforia, confusão mental, entre outras.
Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou 26 de junho como o Dia Internacional de Combate às Drogas. Para a coordenadora terapêutica especialista em dependência química da clínica Maia Prime, Ana Cristina Fulini, essa é uma data em que a população deve discutir e refletir sobre um tema que assusta tanto as pessoas.
“Falar sobre drogas é uma carência que toda a sociedade brasileira vive, portanto falar sobre isso sempre é válido desde que feito com responsabilidade. Vejo pessoas fazendo até certa chacota a respeito, o que me leva a pensar o quanto estamos despreparados para lidar com uma possível regulamentação”, afirma Ana Cristina.
De acordo com a especialista, é preciso um trabalho mais fundo em prevenção e
tratamento dos dependentes que, segundo ela, não são criminosos e sim doentes:
“lugar de doente é no hospital e não na cadeia. Se o doente cometeu ato infrator deve se levar em consideração a doença também. O uso vai além do traficante, não é uma linha de mão única. Ninguém usa porque está disponível para usar, usa por outros tantos motivos e esta é a nossa bandeira: discutir, avaliar”, explica.
Ana Cristina afirma que o acompanhamento clínico multidisciplinar e o apoio da
família são muito importantes para a recuperação do usuário: “a desintoxicação
depende de indivíduo para individuo, de tempo de uso e qualidade da droga
consumida”.