Da Redação
Esperar um bebê confere às mulheres um ar radiante e beleza. No entanto, durante o período de gestação, elas também passam por aprovações. As emoções ficam fora de controle, os seios passam a doer, pernas e pés ficam inchados, ganha-se peso e a coluna sofre. Isso sem falar dos medos e angústias. O corpo passa por uma metamorfose e a mente também. E não basta o parto chegar. As sensações e
sentimentos controversos podem se estender por meses. A lista de contratempos é grande. Porém, pode ser encarada numa boa com pequenos cuidados durante o
período. Transformar a espera pelo filho em uma experiência amarga não é exatamente o que as mulheres querem. "A ansiedade e o excesso de preocupações são sintomas normais. A autoestima pode sofrer um abalo e, inclusive, ficar ameaçada. Mas, em primeiro lugar, as mulheres devem saber que estas oscilações são extremamente normais", explica a obstetra Daniela Maeyama.
A variação de humor durante a gravidez existe sim. Os culpados pela irregularidade dos sentimentos são os hormônios. "A oscilação hormonal é muito grande no período e isso reflete na mudança brusca de comportamento", explica a profissional. A gangorra emocional vivida no período de gestação não deve assustar, segundo a psicóloga Doralice Lima. As transformações do corpo afetam, naturalmente, as emoções e o comportamento feminino. "O recolhimento às vezes é necessário para evitar a sobrecarga de sentimentos. Mas para que ele ocorra sem estresse, cabe a grávida sinalizar que está passando por um momento de vida em que as cobranças internas como 'serei uma boa mãe?' estão muito presentes. Conversar com o parceiro e explicar às pessoas mais próximas pode ajudar a gestante a se sentir menos confusa", explica Doralice.
Desvie das armadilhas
A oscilação hormonal, as mudanças no corpo e a certeza de que ter um filho é um
desafio para a vida toda abrem precedentes para que as grávidas entrem em conflitos emocionais. Inevitavelmente eles abalam a autoestima. De acordo com a psicóloga, estes estágios durante a gestação podem ser amenizados. "A instabilidade emocional é latente durante os nove meses e pode se estender depois do nascimento da criança. Lidar de forma menos negativa com os inconvenientes e não se preocupar em exagero é a melhor forma de amenizar e harmonizar a gravidez".
Se cobrar menos, não exigindo respostas para tudo, diz a psicóloga, ajuda também na prevenção de uma possível depressão pós-parto.
Ao alimentar os medos a mulher sente-se menos preparada para ser mãe e a sua
autoestima despenca, levando a quadros de depressão. Segundo Doralice, a pressão interna e o peso da responsabilidade podem ser diluidos com pequenas atitudes, como não deixar para a última hora a compra do enxoval da criança.
"Muitas mulheres decidem lidar com as responsabilidades que vão assumir somente nos últimos meses de gravidez. É um erro, pois justamente neste momento já existe um esgotamento físico e ter de encarar pequenas tarefas pode virar um tormento", explica. A chegada do bebê deve ser um motivo de alegria. "Agir com tranquilidade e não se deixar tomar pelo pânico é a melhor receita", finaliza.