Na intenção de conseguir uma fatia maior do bolo da
audiência, a Globo aposta em remake de novela, mas desta vez a produção virá em
formato de “minissérie” ou “especial”, como também tem sido chamada a produção
que além da audiência tem a finalidade de comemorar os 60 anos da
teledramaturgia no Brasil.
Originalmente, a novela “O Astro”, escrita pela
inigualável Janete Clair foi exibida entre dezembro de 1977 e julho de 1978,
tendo Francisco Cuoco e a saudosa Dina Sfat nos principais papéis e agora pelas
mãos de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro a trama ganha uma versão
modernizada a qual, segundo os autores, terá muito romance.
Inicialmente, a história da minissérie gira em
torno de Herculano Quintanilha, interpretado por Rodrigo Lombardi, e Neco,
papel de Humberto Martins.
Neco é a própria malandragem; ele e
Herculano vivem sonhando com uma maneira rápida e fácil de ganharem dinheiro. A
dupla gostaria de deixar a cidade natal e levar uma boa vida num lugar onde
ninguém os conheça.
Amigos desde sempre, decidem aplicar um golpe nos
moradores da cidade fictícia de Bom Jesus do Rio Claro; o plano é simples: eles
convencem Frei Laurindo, vivido por Sérgio Mambertti, a apoiá-los numa campanha
de arrecadação para reformar a igreja matriz, com o dinheiro a dupla faria
apenas uma pintura superfaturada e ficariam com o que sobrasse. A campanha é um
sucesso.
Toda cidade se sensibiliza e contribui
com quantias substanciais. Herculano, porém, é surpreendido por Neco que foge e
leva embora todos seus sonhos e o dinheiro arrecadado. É o golpe dentro do
golpe e a cidade sai à caça de Herculano. Ao perceber que será punido, se
rende. Com isso, é julgado e condenado a oito anos de prisão.
Herculano é transferido para o presídio estadual
onde cumpre a sua sentença. É na cadeia que a vida dele muda completamente
quando conhece o ilusionista Ferragus, interpretado por Francisco Cuoco.
Os dois se aproximam e Ferragus se
torna o tutor de Herculano no mundo da magia. Anos mais tarde, Herculano
transforma-se no “Professor Astro”, um ilusionista em ascensão que faz shows em
um velho teatro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. E será justamente durante
suas apresentações que Herculano reencontrará seu traidor, Neco, conhecerá seu
grande amor, a requintada Amanda (Carolina Ferraz), e viverá muitas histórias que
prometem emocionar e entreter.
As primeiras cenas de “O Astro” foram gravadas no
Estado do Paraná, na Serra Verde, em Morretes e Antonina. O cenário não poderia
ser mais bonito principalmente o trajeto feito de trem pela serra.
A composição do Serra Verde Express
rasga a Serra do Mar; em um dos vagões estão 80 figurantes. Em outro, toneladas
de maquinaria trazida em quatro caminhões do Rio de Janeiro. No céu, o
helicóptero registra as paisagens e os movimentos do comboio. As câmeras, de
alta definição, quando ligadas têm foco no vagão vermelho, que carrega
Herculano Quintanilha. Estas são as
primeiras cenas gravadas desta produção especial. Segundo os autores, a
intenção não é modificar a obra original. "Não mexeremos nos pilares de
Janete Clair. Os mistérios ficam por conta dos caminhos dessa história; iremos
abusar do romantismo rasgado. Afinal, o mundo pode ter mudado, mas o desejo de
amar e ser amado nunca mudou", concluí, o autor Geraldo Carneiro.
A primeira parada foi na Estação do Marumbi que, na ficção, ilustrará a estação
ferroviária de Bom Jesus do Rio Claro, cidade de Herculano. Logo depois, a
equipe seguiu para o presídio do Ahú, em Curitiba. Desativada há quatro anos, a
cadeia serviu de cenário para as cenas da prisão de Quintanilha. "Esse foi
o ponto de partida das locações. Escolhemos porque a minissérie será bem
naturalista e aqui sabia que poderíamos utilizar parte da antiga realidade do
local para dar mais realidade às cenas", explica o diretor-geral Mauro
Mendonça Filho, que esteve à frente das gravações externas no Paraná. A paradas
seguintes foram Antonina e Morretes, cidades históricas do litoral paranaense,
onde registraram mais cenas da fictícia Bom Jesus do Rio Claro.
A equipe trazida do Rio de Janeiro era composta por cerca de 50 profissionais,
entre eles elenco, direção, produção, cenografia, engenharia, produção de arte,
figurino, efeitos especiais, assistentes e até mágicos. Nas cenas da ferrovia
foram utilizados cerca de 80 figurantes locais; no presídio, em torno de 180 e,
em Antonina e Morretes, mais de 200 também fizeram parte da figuração.
No total, a produção gravou durante 12 dias no Estado do Paraná.