O lugar é quase todo cercado por corais, o mar fica contido numa espécie de piscina natural, de águas muito transparentes, tornando-se uma atração à parte. Tanto que em todos os hotéis indistintamente são fornecidos aos turistas uma máscara e snorkel para que cada um possa ver por si mesmo as belezas dos corais do Oceano Índico, um dos mais coloridos do mundo. E tem ainda o "undersea walk", uma caminhada pelo fundo do mar, entre peixes e corais
Ilha Maurício, onde será este lugar, meio desconhecido para os brasileiros que até bem pouco tempo tinham que esperar quase dois meses para obter um visto de entrada?
Ao contrário do que muita gente pensa, não é no Caribe, não. Ilha Maurício fica um pouquinho mais longe, na África do Sul. A viagem até lá dura oito horas até Johanesburgo e mais quatro horas até a ilha, mas que vale a pena, vale.
Sem dúvida, é uma versão moderna do paraíso. O lugar mede 58 quilômetros de comprimento por 47 de largura, tem 330 quilômetros de costa e pelo menos uma dezena de praias magníficas. De origem vulcânica, a ilha começou a ser habitada somente no Século XVI, sendo utilizada pelos portugueses como parada para reabastecimento dos navios na rota para as Índias; depois vieram os holandeses, os primeiros a colonizá-la de fato e daí o nome de Ilha Maurício, em homenagem ao holandês Maurício de Nassau; franceses e ingleses. A ilha só conseguiu a sua independência em 1968 e hoje a sua população, de pouco mais de um milhão de habitantes, é de origem indiana. A língua oficial é o inglês, sendo que a mais usada pela população é um dialeto créole, mistura do francês com o sotaque africano local.
Tanta mistura se traduziu também na culinária. Uma das atrações da ilha é o Grand Baie, onde se concentram os bons restaurantes, principalmente os indianos, chineses e créole, uma cozinha francesa colonial com um toque bem apimentado dos escravos. Aliás, é bom o turista menos avisado não abusar muito dos condimentos locais.
Antes de falar nas praias e nos resorts, um dos maiores negócios da ilha, daremos um pulinho na capital, Port Louis que tem um trânsito meio difícil. A sua atração principal é o Mercado Central, um labirinto onde se encontra de tudo: roupas, temperos, legumes, ervas, artesanato, compotas e muita comida feita na hora como panquecas com curry e uma espécie de suco de leite, que na verdade consiste num copo de leite bem gelado temperado como lamousse, um tipo de sementinha verde. As opções de consumo neste mercado são muitas, mas é preciso ter cuidado e não mostrar o dinheiro porque os preços podem subir muito.
Ainda na capital, imperdível é um moderníssimo centro de diversões construído defronte ao porto, o Le Caudan Waterfront. Tem um cassino e tudo o que um shopping pode oferecer. Outra cidade muito visitada na Ilha é Mahébourg, onde existe o Museu Naval encravado num casarão colonial que guarda as relíquias da ilha.
Tudo lindo, mas e as praias? Essas são de tirar o folego de qualquer um. Como a ilha é quase toda cercada por corais, o mar fica contido numa espécie de piscina natural, de águas muito transparentes, tornando-se uma atração à parte.
Tanto que em todos os hotéis indistintamente são fornecidos aos turistas uma máscara e snorkel para que cada um possa ver por si mesmo as belezas dos corais do Oceano Índico, um dos mais coloridos do mundo. E tem ainda o "undersea walk", uma caminhada pelo fundo do mar, entre peixes e corais. Como pode? É a tecnologia. Os equipamentos tradicionais de mergulho são substituídos por um lastro e escafandro especial, sendo que o turista respira normalmente enquanto desfruta do paraíso, sob as águas, azuis ora esverdeadas, do mar de Maurício.
Um dos grandes negócios da ilha são os resorts, onde o sossego e o "não fazer nada" falam mais alto. São lugares perfeitos para quem busca a paz e está fugindo da batalha diária dos grandes centros. Na mesma linha, existem bangalôs feitos sob medida para lua de mel.
A vida noturna no lugar é quase nula. A maioria dos turistas é constituída de famílias ou de casais. Assim, se quer visitar o lugar, é melhor levar companhia. Os preços também são atrativos. É possível ter uma boa refeição para dois, com direito a vinho e sobremesa, por menos de 30 dólares.
Aquele que visitar a ilha não poderá deixar de trazer as incríveis miniaturas de barcos de madeira, marca registrada do artesanato local. Outro sucesso são os pareôs, diferentes de quaisquer outros do mundo e imperdível também é o dodô de pelúcia.
O dodô nada mais é do que uma ave típica da ilha cuja espécie foi extinta. O dodô é um pássaro gorducho e bicudo cuja imagem (foi só o que sobrou dele) está em toda parte, inclusive no brasão nacional da ilha. O pássaro ilustra tudo, até as caixinhas de fósforos. A ave foi extinta por ser de natureza muito dócil e incapaz de voar, passou a ser presa fácil para os primeiros colonizadores em 1510, que consumiam dodô em sua alimentação. Os ovos e os filhotes alimentaram os ratos trazidos nos porões dos navios. Conclusão: hoje o dodô é só uma figura, cujos restos mortais podem ser vistos no Museu de História Natural em Port Louis.
Mas, como estas histórias fazem parte do progresso, Ilha Maurício não perdeu o seu encanto. Continua sendo uma filial do paraíso, cujas praias de areias brancas e águas límpidas estão no cardápio de qualquer turista de bom gosto.