Que mudança radical. A última novela de Lília Cabral foi “Viver a Vida” na qual interpretou a sofisticada Teresa. Agora, em “Fina Estampa”, a atriz aparece na pele de uma mulher simples, aparentemente sem qualquer vaidade, um “marido de aluguel” chamado por todos de Pereirão. No entanto, são nos pequenos detalhes da interpretação de Lília Cabral que se percebe a feminilidade, a sensualidade e a sutileza da alma de Pereirão, que na realidade se chama Griselda Pereira. Os fãs da novela que prestaram atenção nas cenas entre Griselda e René (Dalton Vigh) sabem do que estamos falando. É certo que os dois estão apaixonados, um pelo outro, mais ainda não perceberam.
Nos próximos capítulos da história de Aguinaldo Silva, Tereza Cristina (Christiane Torloni) finalmente descobre que é Griselda a responsável pelas obras no “Le Velmont” e, através de Baltazar (Alexandre Nero) descobre o endereço dela.
Sem pensar duas vezes, a ricaça ordena ao motorista que a leve à casa de Griselda. Chegando lá, insulta Pereirão deixando-a arrasada. Apesar de toda a maldade de Tereza Cristina, a sua atitude servirá para “acordar” Griselda que passará por um período de recolhimento e questionará as próprias atitudes. Paralelamente a isso, Griselda finalmente ganha na loteria.
É neste ponto que a trama de “Fina Estampa” passará por uma reviravolta mudando o perfil de alguns personagens, além o de Griselda que vai morar com sua família numa casa, no mesmo condomínio onde mora René Velmond e sua família.
Os fãs da novela torcem por Griselda e esperam vê-la mudar de estilo e conquistar René de uma vez por todas. Outra mudança prevista é na vida de Esther (Julia Lemmertz) e Pedro (Dan Stulbach). O casal vai separar-se e Esther vai se apaixonar por Danielle Fraser (Renata Sorrah), mas este é outro núcleo da novela que também promete fortes emoções.
Chique, discreta e elegante, assim é Lília Cabral na vida real. Casada com o economista Iwan Figueiredo, tem uma filha adolescente, Giulia, e não costuma expor sua vida pessoal.
Lília Cabral nasceu em 1957 e é filha de pai italiano e mãe portuguesa. Formada pela Escola de Arte Dramática da USP, os primeiros passos em direção à vida artística foram dados no palco atuando na peça “Feliz Ano Velho”, cujo roteiro é baseado no texto do jornalista Marcelo Rubens Paiva.
Dos palcos para a televisão foi um pulo. A estreia em novelas aconteceu em 1981 quando trabalhou em “Os Adolescentes”, escrita por Ivani Ribeiro e produzida pela Bandeirantes. Na mesma emissora, atuou em “Os Imigrantes”, interpretando a Angelina.
No ano de 1984, assinou contrato com a Globo, onde está até hoje, e seu primeiro trabalho foi “Corpo a Corpo”, na pele de Margarida.
Desde então, foi praticamente emendando um trabalho a outro. Logo depois de “Corpo a Corpo”, veio “De Quina pra Lua”, “Hipertensão”, “Mandala”, “Vale Tudo”, “Tieta”, “Salomé”, “Pedra Sobre Pedra”, “Pátria Minha”, “História de Amor”, “Anjo Mau”, “Meu Bem Querer”, “Laços de Família”, “Estrela-Guia”, “Sabor da Paixão”, “Chocolate com Pimenta”, “Começar de Novo”, “Páginas da Vida”, e “A Favorita” e “Viver a Vida” e logo depois no seriado “Divã”.
Cabe destacar a sua atuação em “Páginas da Vida”, na qual interpretou a maldosa e amarga Marta Toledo Flores, personagem que lhe renderam elogios e reconhecimento e logo depois em “A Favorita”, na qual deu vida à resignada Catariana e foi a partir daí que a torcida cresceu para que a atriz ganhasse o papel principal num dos próximos folhetins do chamado “horário nobre”.
Por sua atuação em “Páginas da Vida”, Lília Cabral foi indicada ao Emmy de Melhor Atriz em 2007, mas acabou perdendo o prêmio para a atriz francesa Muriel Robin. No entanto, ganhou o Troféu Imprensa, o prêmio da APCA e o Prêmio Contigo! pelo mesmo trabalho.
Na novela “Viver a Vida”, de Manoel Carlos, Lilia Cabral foi Teresa, não era a protagonista, uma vez que isto parecia destinado a Taís Araújo, no entanto quem acompanhou o desenrolar da trama percebeu que o desfecho foi bem outro. Por vários motivos, outro núcleo da história acabou roubando a cena e nele estava Lília Cabral. A atriz deu um show de interpretação a cada capítulo, sem forçar; a arte está nela. E o mesmo vem acontecendo em “Fina Estampa”, na qual finalmente foi reconhecida e ganhou a personagem principal.
Além das novelas, Lilia atuou também em minisséries e especiais da Globo. No cinema, deixou sua marca nos filmes “Dias Melhores Virão”, “Stelinha”, “Como Ser Solteiro”, e nos inesquecíveis, “A Partilha” e “Divã”, estreado na telona, em 2009. No filme dirigido por José Alvarenga e que virou seriado ela interpretou Mercedes, uma mulher que se descobre no sofá de seu analista e daí passa a viver novas e excitantes experiências. No longa, Lília Cabral contracenou com Reynaldo Giannechini.
Pois bem, agora resta aos fãs de Lilia Cabral esperarem pelos novos rumos de “Fina Estampa” e verem a personagem Griselda brilhar.