Contratação de parentes na empresa deve ser baseada em competências técnicas
e da política da empresa
Da Redação
Em algumas empresas, durante o processo seletivo, é necessário preencher uma ficha que indica se o candidato tem algum parente que trabalha na empresa e qual é o grau de parentesco. Isso ocorre porque algumas empresas não contratam profissionais da mesma família.
Para o coach da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Jonas Tokarski, estas empresas não contratam parentes para evitar comentários internos de que o profissional só conseguiu aquele emprego por ser da família de alguém.
“Existe um lado folclórico, pensando no nepotismo que existe nos órgãos públicos. As empresas não querem prejudicar a sua imagem com o conceito de apadrinhamento”, explica.
Problemas de casa
Outro fator que pesa nesta decisão é que estes empregadores querem evitar que os profissionais-parentes levem problemas do ambiente familiar para o corporativo.
“Do mesmo jeito que as pessoas levam os problemas da empresa para casa, elas trazem de casa para o trabalho. Isso não deveria acontecer, mas ocorre”.
O especialista acrescenta que, se o profissional não souber separar o relacionamento profissional do pessoal, ele pode “tomar as dores” do outro, quando o parente receber um feedback negativo.
Competência comprovada
Mas não são todas as empresas que pensam assim. Tokarski afirma que no mercado de trabalho há aquelas que contratam parentes. Entretanto, para isso, é necessário que a política da empresa seja focada na contratação por competência.
Ele explica que o parente deve conseguir o posto devido às suas competências técnicas e comportamentais. Isso quer dizer que, entre todos os candidatos, ele deve ser o melhor e ter conhecimento suficiente para exercer aquela função.
Quando isso não ocorre, de imediato, os colegas percebem que o profissional só está na empresa porque é indicação de alguém. “Isso mina a motivação de todos, especialmente, se o profissional tiver um cargo de liderança”.
Positivo ou negativo?
Por fim, o especialista explica que a contratação de profissionais da mesma família pode ser positiva para a empresa, quando o profissional é competente, como negativa, quando a pessoa está lá por mera indicação.
Para ele, o sucesso ou fracasso deste tipo de contratação depende do perfil do profissional e da política da empresa. “Este tema abrange muitos vieses, mas é importante frisar sempre pelo lado profissional do candidato”.