Na próxima terça-feira, dia 17, a Globo estreia mais uma minissérie, “O Brado Retumbante” que será mostrada em oito capítulos. Escrita por Euclydes Marinho contará a história de um político que literalmente de um dia para o outro se torna presidente do Brasil, um Brasil fictício, mas recheado de elementos reais.
A minissérie pretende mostrar não só as reviravoltas na vida de Paulo Ventura ao assumir a Presidência da República da noite para o dia, como também a face mais realista possível de seus problemas. "Eu quis mostrar nesta minissérie que, por trás de todo presidente, existe um ser humano, alguém que tem problemas, dor de barriga, pai, mãe e mulher. E que nós não ficamos sabendo. Revelar essa intimidade de um homem comum na Presidência. Na história do Paulo Ventura, ele já era um político que vivia uma fase desanimada como homem público, e que acaba sendo eleito presidente da Câmara dos Deputados por uma manobra, para ser um fantoche do sistema", revela o Euclydes Marinho, que reuniu um time diferenciado, com Nelson Motta, Guilherme Fiuza e Denise Bandeira, para colaborar na concepção da minissérie.
Chefiados pelo Senador (Luiz Carlos Miele), um emblemático político na cena brasileira, um grupo de velhas raposas da política articula para que o deputado Paulo Ventura (Domingos Montagner) se torne presidente da Câmara. A intenção, porém, era manipulá-lo e retirá-lo da oposição ferrenha que fazia ao governo. Quando um acidente aéreo mata o presidente da República e seu vice, Ventura se vê obrigado a assumir o país.
Sem tempo para pensar, ele assume sabendo que em 15 meses não conseguirá realizar nenhuma das grandes e necessárias reformas de que o Brasil necessita. Decide concentrar a sua energia principalmente no combate à corrupção. E Paulo tem pressa em desmontar o que ele chama de "Estado paralelo" - a soma dos diversos esquemas montados para sangrar os cofres públicos através de superfaturamento, desvios de verbas, licitações fraudulentas e roubos de todas as espécies.
Uma das primeiras medidas internas de Ventura é ordenar uma vigilância constante a alguns notórios bandidos, entre eles um antigo amigo, Floriano Pedreira (José Wilker), ministro da Justiça do finado presidente. Em vez de demiti-lo, o desejo de Paulo é vê-lo na cadeia. Na primeira oportunidade em que fica cara a cara com o político, e as cartas são postas na mesa, Paulo é desafiado pelo seu algoz.
O jogo é duro. Apesar de não ser ingênuo, Paulo nunca foi capaz de imaginar que suas aventuras amorosas pudessem sair do âmbito pessoal para virar manchetes de jornais e combustível para chantagens. A exuberante Alessandra (Alinne Rosa), um dos relacionamentos extraconjugais do presidente, é o melhor exemplo disso.
Logo em seu discurso de posse, Paulo se compromete em manter um canal constantemente aberto com a população através de seu blog “Sonho Intenso”. É através desta ferramenta que o presidente vai apresentar os seus projetos e revelar os esquemas de corrupção e fraudes que rondam o governo. Mas é também por meio da Internet que ele recebe duras críticas, exatamente por não ter papas na língua e dar nome aos bois envolvidos em politicagens.
Não há dúvida de que o amor uniu Paulo e Antonia (Maria Fernanda Cândido). Juntos, lutaram contra tudo e contra todos para se casarem antes mesmo da formatura. Em meio a muito trabalho, a diálogos inteligentes e à paixão durante as madrugadas, venceram todas as dificuldades.
Ela era a força da qual ele precisava, mas a infidelidade de Paulo cismava em atrapalhar, quase uma questão patológica. Ela cansou, e a separação foi inevitável.
Mas, quando Ventura recebe a notícia de que deverá assumir as rédeas do país, é em Antonia que ele pensa: corre para os braços da sua ex-mulher e lhe propõe um casamento com prazo de validade, os 15 meses em que estará no poder. Paulo sabe que não dará conta sem ela ao seu lado.
Antonia é firme sem perder a doçura e tem a capacidade de enfrentar os próprios sentimentos de forma brilhante. Mas engana-se quem pensa que essa maturidade é algo fácil de se lidar. Na prática, só ela sabe da dor e do peso de ser quem é. Mãe zelosa, não abre mão de proteger e lutar pelos filhos, se a situação assim demandar. Essa força também é claramente vista quando a primeira-dama luta pelos seus ideais.
Ventura (Domingos Montagner) assume a Presidência da República, mas nem assim tem o poder para manter sua mãe, Julieta (Maria do Carmo Soares), e seu tio Beijo, (Otávio Augusto) à distância. Donos de personalidades defeituosas, essas figuras formam uma dupla de irmãos capaz de tirar o sono de Paulo. Beijo e Julieta protagonizam situações que ultrapassam o limite do aceitável e, neste caso, o trágico realmente se transforma em cômico. Há deboche, exagero e desequilíbrio em tudo o que os dois fazem e dizem, especialmente quando o foco está em Paulo Ventura.
Fora do gabinete presidencial, Paulo se vê às voltas com conflitos familiares, um prato cheio para a imprensa. Com os filhos, a relação é delicada; a primogênita, Marta (Juliana Schalch), é uma menina mimada e explosiva. E Julio (Murilo Armacollo) exige do pai uma compreensão que Paulo não é capaz de oferecer. Depois de anos longe de casa, ele retorna como a transexual Julie.
“O Brado Retumbante” estreia logo depois do “Big Brother Brasil 12” e promete uma história instigante. É ver para conferir.
Quem é Quem ?!
- Paulo Ventura (Domingos Montagner) - O presidente do país. Um advogado carismático, naturalmente sedutor e boa praça, que vai parar na Presidência da República a partir de uma manobra política que não saiu exatamente como se previa.
- Antonia (Maria Fernanda Cândido) - Doutora em História do Brasil, ela tem alma de militante. Casou-se com Paulo, mas o relacionamento nunca foi tranquilo, pois seu marido não resiste a um rabo de saia.
- Marta (Juliana Schalch) - Filha de Paulo e Antonia; tem uma personalidade instável e vive em constante estado de tensão.
- Julio/Julie (Murilo Armacollo) - Filho de Paulo e Antonia (Maria Fernanda Cândido), saiu de casa muito jovem devido aos conflitos que viveu com o pai. É transexual e luta para ser aceito como Julie.
- Julieta (Maria do Carmo Soares) - Mãe de Paulo Ventura; ela exerce a arte da manipulação como ninguém.
- Beijo (Otávio Augusto) - Tio trambiqueiro de Paulo Ventura
- Tony (Leopoldo Pacheco) - Genro de Paulo; é apaixonado por Marta, o que justifica a sua paciência com os chiliques da esposa.
- Senador (Luiz Carlos Miele) - Ele é a cabeça pensante de todos os golpes que Paulo sofre.
- Floriano (José Wilker) - Ministro da Justiça, já foi amigo de Paulo, até a sua máscara cair. É o grande vilão da história, um homem frio e calculista.