Carnavalesco desde os 14 anos de idade, Rogério Yamamoto cria os carros e fantasias da escola
Leidiane Sabino
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O gosto pelo desenho e pela pintura foram os primeiros sinais de que Rogério Teruhiko de Macedo Yamamoto tinha talento para a criação. Apaixonado pelos desfiles das escolas de samba, que assistia apenas pela televisão, decidiu criar uma escola de samba.
Rogério tem 29 anos e, quanto tinha apenas 14, decidiu criar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Falcão Negro, no ano de 1997. Com a pouca idade, precisou contar com a ajuda dos familiares, que abraçaram a ideia do menino. “Eu achava os desfiles muito bonitos e resolvi criar a escola. Começou com ajuda dos meus amigos e parentes, depois foi chegando mais gente”, contou.
Desde 1997, Rogério, como carnavalesco da Falcão Negro, cria as fantasias e carros alegóricos, contando com alguns ajudantes na hora da confecção.
Depois de decidido como será o carro, o serralheiro monta a estrutura do jeito que Rogério pede, o seu pai, Kazumi Yamamoto, presidente da escola, faz a parte de marcenaria. O próximo passo é a montagem, nas mãos de Rogério e alguns colaboradores. Tudo antes desenhado a mão, para que fique tudo conforme pensando pelo carnavalesco.
Já as fantasias, algumas são desenhadas antecipadamente, aquelas que precisam contar uma história, ilustrar o tema do desfile. Outras fantasias dependem do material encontrado para a sua confecção. “Muitas vezes desenhamos a roupa, mas, como a preparação para o carnaval começa atrasado devido a falta de recursos, não é possível encontrar o material necessário, daí é preciso refazer a fantasia. Por isso, algumas não são desenhadas antes”, explicou.
Costurar ele também sabe, mas prefere contar com a ajuda de membros da escola para este serviço, devido a falta de tempo.
Quase tudo isso, aprendido olhando, assistindo desfiles, pesquisando na internet, resultado de muito amor ao carnaval. Porém, é claro que ele buscou capacitar-se. Rogério já fez cursos de escultura em isopor e fibra de vidro, modelista, tapeçaria e AutoCad. “Os cursos ensinaram técnicas que eu não sabia, foi muito bom fazer”, disse.
Rogério também mantem contato com os membros das escolas de samba do grupo de acesso de São Paulo-SP, para saber das novidades do carnaval.
E agora, nos últimos dias de preparação para o desfile da escola, Rogério dorme no barracão onde confecciona os carros alegóricos, no Ecotudo Sul, isso mesmo, dorme lá! Acorda para começar os trabalhos às 8h e ficar envolvido na criação dos carros até 4h do dia seguinte! Um grande exemplo de amor e dedicação ao carnaval!