Leidiane Sabino
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Sair da casa dos pais e morar em outra cidade, com pessoas desconhecidas. Depois de um tempo, criar laços tão fortes como se todos fossem parentes de verdade, ao ponto de não querer que ninguém vá embora de casa, é assim para quem vive em repúblicas. Eles partem de lugares diferentes e encontram pessoas diferentes na mesma cidade e decidem morar juntos, para dividir as despesas e o tempo livre. O jornal A Cidade entrevistou os jovens Fabrício Moraes Alingeri, de 22 anos, e Jefferson Fernando Oliveira, 19 anos, que falaram um pouco sobre a rotina casa, que dividem com mais três jovens, na rua Acre, bairro Santa Luzia, em Votuporanga.
Fabrício e Jefferson dividem a república LVB Eng Beer com Lucas Felipe, de Iturama-MG, que é músico e está na casa há três meses; Ricardo Nunes, formado em sistema de informação, que mora na casa há um mês; e Roger Luís Rodrigues, que acaba de chegar da cidade de Planalto-SP, para estudar Biomedicina e dividir o espaço com eles.
Explicando o nome da república, LVB vem de “Los Vagabundos”, Eng, de engenharia, porque fizeram uma festa com estudantes de engenharia uma vez, e beer, é claro, vem de cerveja.
Fabrício é de Iturama-MG, está no quinto ano do curso de engenharia da computação. Quando prestou o vestibular, optou por Votuporanga por ser mais próximo de sua cidade, já que ele poderia ter escolhido São José do Rio Preto-SP. Morou em pensão por um tempo, depois passou por uma república a agora mora em outra república. Sendo quem está na casa há mais tempo, é Fabrício quem coordena as despesas.
Contas de água, energia elétrica, aluguel internet e limpeza da casa são divididas em cinco.
Questionado sobre as diferenças entre pensão e república, Fabrício diz que “república é bem melhor, você divide a casa com menos pessoas e tem pouca confusão com os pertences dos moradores”, disse.
Ele trabalha desde o início do curso, atualmente atua como analista de sistemas, há dois anos. Seu curso é integral e aproveita os horários sem aula para trabalhar.
Para Fabrício, quem mora em república cria importantes laços com quem já passou pela casa. “Sendo um dos mais velhos aqui, já vi muita gente ir embora. Mas a gente sempre mantem contato, alguns ainda nos visitam. Na república, a gente divide opiniões, aprende com outras culturas e a viver em grupo. É muito bom”, disse.
Assim que terminar o curso, ele pretende procurar emprego em uma cidade maior.
Jefferson, de Auriflama-SP, foi atraído para Votuporanga por um importante benefício, conseguiu 100% de bolsa por meio do ProUni para o curso de geografia, no qual já está no segundo ano. Passou no vestibular de outras cidades, mas optou por Votuporanga pela proximidade de sua casa e, claro, a bolsa. Há um mês e meio na república, ele também já morou um ano em pensão, mas concorda com o amigo Fabrício quando tem que escolher em qual espaço é melhor viver, prefere república.
Estudante do período noturno, Jefferson também sempre trabalhou para custear sua moradia e pretende procurar uma cidade maior para viver quando se formar. Para Ele, quem em mora em república ganha mais membros para a família.
Festas não são tão comuns na casa, mas eles gostam de se reunir para tomar um tereré, atividade muito comum entre estudantes, e a tradicional cerveja, nos finais de semana ou final de tarde com os amigos.
Para ajudar a manter a casa organizada, eles contam com a ajuda de uma secretária, uma vez por semana. Nos outros dias, dividem a limpeza da louça, cada um tem o seu dia determinado para o serviço. E cada um cuida da sua roupa.