A personagem criada por João Emanuel Carneiro em “Avenida Brasil” pode revelar-se não tão maldosa
Momentos marcantes e que significarão reviravoltas na história de “Avenida Brasil” estão previstos para os próximos capítulos da trama. O autor João Emanuel Carneiro não descarta a possibilidade de ele mudar o comportamento de Carminha (Adriana Esteves), que até agora é tida com a vilã, e assim fazer com que o público que tem acompanhado o desenrolar do folhetim entenda porque ela se tornou uma mulher tão má. Difícil tarefa, já que nada poderia justificar tantas maldades praticadas, inclusive com o próprio filho.
Talvez a intenção do novelista seja aproximar o telespectador das consequências do abandono de uma criança e como isto pode influenciar negativamente na formação do seu caráter, o que parece ter acontecido com Carminha e Max (Marcelo Novaes). Os dois cresceram no lixão e ela viu a situação mudar quando foi contratada por uma agência de modelos, mas não conseguiu decolar na carreira. Carregando outra revolta no peito, Caminha passou a prostituir-se a fim de garantir o seu sustento. Especializando-se cada vez mais em aplicar golpes, acabou sendo presa e esta não teria sido a primeira vez que se viu às voltas com a lei. Quando era adolescente, Carminha foi forçada por Lucinda (Vera Holtz) e Nilo (José de Abreu) a assumir um crime cometido por Lucinda; sendo menor de idade, livrou-se da cadeia. Este é o segredo que une os três, por isso a Mãe do Lixão tem tanto medo dela.
Os segredos da mulher de Tufão (Murilo Benício) serão todos revelados. O jogador quando perceber a verdadeira origem de Jorginho (Cauã Reymond), vai expulsá-la da mansão no bairro do Divino. E daí começa a nova vida de Carminha, deixando outro mistério: onde entra o Genésio (Tony Ramos), pai de Nina/Rita (Débora Falabella)?
Especula-se que ele não teria sido tão bonzinho assim na história. De alguma maneira, ele também estaria envolvido nos sofrimentos de Carminha, por isso ela se vingou em Rita. A grande tacada de João Emanuel Carneiro seria redimir a vilã mostrando a Nina/Rita que o pai dela também não era o que parecia ser. Bom, o jeito é conferir tudo nos próximos capítulos.
Enquanto isso, apesar de o telespectador ficar com raiva das atitudes da Carminha, sendo que alguns até confundem a ficção com a realidade na medida em que Adriana Esteves às vezes ouve insultos na rua por conta de sua atuação em “Avenida Brasil”, o fato é que ela convence na pele da vilã. Com uma enorme facilidade muda de malvada para boazinha; de prostituta para uma mulher dedicada à religião e as causa sociais.
Sobre a atriz
Adriana Esteves contabiliza excelentes personagens em sua carreira, sendo que um dos mais marcantes foi fazer a saudosa cantora Dalva de Oliveira, na minissérie “Dalva & Herivelto”, ao lado de Fábio Assunção que assumiu o papel do famoso compositor. Logo depois protagonizou a novela “Morde & Assopra”, interpretando a arqueóloga Júlia.
Nascida no Rio de Janeiro, em 1969, a carreira de atriz começou vinte anos depois, num concurso para revelar novos talentos, no "Domingão do Faustão". Naquele mesmo ano, ela estreou em "Top Model". Depois veio "Meu Bem, Meu Mal".
Dois anos depois, em 1992, conseguiu sua primeira personagem protagonista, Marina, em "Pedra Sobre Pedra", escrita por Aguinaldo Silva. Foi o maior sucesso.
Mas, em 1993, Adriana Esteves teve que enfrentar a crítica negativa do público por causa de sua atuação em "Renascer", vivendo Mariana, uma prostituta que acaba fisgando o coração do personagem vivido por Antonio Fagundes. Na época, Adriana tinha 23 anos e não suportou a repercussão negativa de seu trabalho; afastou-se da televisão e quase desistiu da carreira artística, recusando-se, inclusive, a fazer o papel de Babalu, em "Quatro Por Quatro".
Mas, como não há mal que sempre dure, Adriana Esteves deu a volta por cima e, em 1995, volta às telas da Globo atuando na minissérie "Decadência". Depois disso, foram somente alegrias e personagens bem sucedidos.
Inesquecível foi a rebelde Lúcia Helena, de "A Indomada", fazendo par romântico com José Mayer; em "Torre de Babel", foi a vez da oportunista Sandrinha que tentou aplicar o golpe do baú no personagem de Marcos Palmeira; e finalmente a consagração total na pele da feminista Catarina, em "O Cravo e a Rosa", fazendo par romântico com Julião Petrucchio (Eduardo Moscovis).
Casada com o ator Vladimir Brichta, com quem tem um filho de 6 anos, lembrando que o casal ainda tem o Felipe, com 12 anos, fruto do relacionamento de Adriana com Marco Ricca, e Agnes, com 15 anos, filha de Brichta com a cantora Gena, que morreu em 1999. A família cultiva hábitos simples, nunca são vistos em badalações e a Adriana Esteves cuida do corpo e da pele com naturalidade. A atriz não dispensa uma série de exercícios diários e uma visita mensal ao dermatologista, o que lhe garante uma pele de porcelana. Outro cuidado é com a alimentação. Adriana deixou de lado todos os tipos de fast-food, substituindo-os por uma alimentação natural, à base de grelhados, verduras e frutas. O resultado está aí, para todo mundo ver.
Apesar da maturidade, Adriana Esteves mantém o jeitinho de que ainda não saiu da adolescência. Fala baixo, encara o interlocutor com um olhar ingênuo e ainda é capaz de soltar um risinho envergonhado.
Assim é esta atriz-menina, como alguns colegas costumam se referir a ela. Profissional de sucesso, ainda vai muito longe em sua carreira.